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Seu Problema é Nosso

Excesso de lixo em terreno da prefeitura incomoda moradores do bairro Cristal, em Porto Alegre 

A situação do terreno na Rua Comandai já gerou diversas reclamações feitas à prefeitura. Uma equipe do DMLU fará a retirada do lixo do local, mas não há previsão de quando os serviços serão executados 

01/03/2019 - 10h05min

Atualizada em: 01/03/2019 - 10h07min


Omar Freitas / Agencia RBS
Rafael conta os pormenores do acúmulo de dejetos no terreno

Moscas, lixo, mau cheiro, entulho e animais — vivos ou não — formam o retrato do abandono do terreno na Rua Comandai, número 210, no bairro Cristal, em Porto Alegre. O lote pertence à prefeitura e deveria servir para a construção de moradias para famílias de baixa renda, segundo o Departamento Municipal de Habitação (Demhab)

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Com mato e árvores crescendo sem nenhum corte, o terreno também é utilizado como espaço para uso de entorpecentes. Um muro que deveria impedir o acesso à propriedade foi parcialmente destruído, liberando a passagem de pessoas e o depósito irregular de resíduos domésticos e entulho. 

— O mau cheiro dos animais mortos e de drogas utilizadas é muito forte. É um entra e sai de pessoas. Fora o lixo todo espalhado pela calçada. Para passar por ali, temos que andar na sujeira — conta o motorista Rafael de Almeida Milchareck, 36 anos, vizinho do terreno. 

Diversas reclamações já foram feitas à prefeitura. O Diário Gaúcho registrou a queixa dos moradores na seção Pede-se Providência, na edição de 31 de outubro de 2017. Em 10 de novembro do mesmo ano, o Demhab se manifestou. Informou que o terreno seria utilizado para reassentamento das famílias que foram retiradas das imediações da Avenida Tronco, devido às obras de duplicação da via. Uma promessa de limpeza também foi feita pelo órgão, na mesma nota. No entanto, os problemas seguiram atormentando os moradores. 

Mobilização 

Voltando ao aspecto de lixão 16 meses depois da reclamação publicada no DG, o terreno continuou recebendo dejetos, e os moradores verificaram a reincidência de cobras e ratos. Rafael, então, tomou a iniciativa de fazer um abaixo-assinado para solicitar uma posição da prefeitura sobre o lote. Até o momento, o documento já tem mais de cem assinaturas. 

Omar Freitas / Agencia RBS
Rafael tomou a iniciativa de mobilizar a comunidade por meio de um abaixo-assinado para cobrar a prefeitura

— Eu saio pelo bairro, levo aos moradores. É o jeito, não aguentamos mais — conta Rafael, que redigiu o abaixo-assinado em nome da comunidade. 

Sem previsão para limpeza, muro e casas 

O Demhab informou, por nota, que solicitará ao DMLU a retirada do lixo e do entulho do local. O Departamento informou também que enviará uma equipe técnica para avaliar a estrutura do muro e “organizar os reparos necessários”. Entretanto, não citou data exata para os serviços serem executados. 

O órgão também garantiu que a necessidade de 356 famílias da Tronco que aguardam por moradia será contemplada pela construção de três empreendimentos anunciados em janeiro deste ano — que não incluem o terreno da Comandai, diferente do que foi informado ao DG em 2017. A informação dada há dois anos foi comunicada pela gestão passada, sendo que administração atual não sabe o porquê da mudança da escolha dos terrenos. 

O lote do bairro Cristal poderá ser utilizado se a demanda das famílias aumentar. No entanto, não há projeto, recursos ou previsão de execução de obras no local. Segundo o Demhab, a área segue “aguardando a abertura de inscrições para novos projetos habitacionais dentro do Minha Casa Minha Vida”. A nota também afirma que novos empreendimentos habitacionais dependem de recursos do governo federal. 

Produção: Ásafe Bueno

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