Piquetchê do DG
Em 2019, Enart será também para os pequenos
Primeira edição da competição voltada para as categorias pré-mirim, mirim e juvenil será em junho, em Soledade.
Não há quem participe de invernadas artísticas e não conheça o Encontro de Artes e Tradições Gaúchas (Enart). O evento, que ocorre anualmente em Santa Cruz do Sul, é a competição de danças artísticas mais importante do Estado, e o grande objetivo dos CTGs. Mas, até agora, era voltado apenas para as invernadas adultas.
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Recentemente, porém, o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), responsável pelo Enart, anunciou a realização da primeira edição voltada para os mais jovens, que incluirá as categorias pré-mirim, mirim e juvenil, em 2019. O palco do evento será o Parque de Eventos Centenário Rui Ortiz, em Soledade, na 14ª Região Tradicionalista. A data já está marcada: de 14 a 16 de junho.
Serão, ao todo, 11 palcos. A competição vai contemplar, além das danças tradicionais nas três categorias, dança de salão, intérprete vocal, declamação, chula e gaita. Segundo o MTG, todos os grupos da pré-mirim receberão troféu de participação pois, nesta categoria, não haverá avaliação.
Presidente do MTG, Nairo Callegaro afirma que a ideia é aproximar as famílias das entidades:
– A iniciativa atende aos anseios de patrões de entidades, de lideranças tradicionalistas e, principalmente, de pais e familiares, e tem a preocupação de fortalecer as famílias no meio tradicionalista.
Surpresa
O lançamento de um Enart para as categorias de base é visto como positivo pelo Rancho da Saudade, atual campeão do Enart tradicional. Vitor Paim da Silva, 36 anos, de Cachoeirinha, instrutor de danças tradicionais da categoria mirim do CTG, acredita que o evento tem tudo para dar certo:
– Não esperávamos que este evento fosse lançado ainda neste ano, ficamos surpresos. Mas, independentemente disso, achamos a iniciativa maravilhosa. Não sabemos de todas as informações, mas já percebemos que o MTG está preparando um evento com uma estrutura grande, vários palcos.
O tema desta primeira edição será A Dança Traduzida na Pureza das Crianças. O regulamento oficial, que oferecerá todos os detalhes para CTGs e competidores, ainda não foi divulgado. Porém, o presidente do MTG adianta que o objetivo do evento é resgatar a simplicidade, a naturalidade e a ingenuidade do bailar e do “ser criança”.
A ideia é tratar crianças como crianças e adolescentes como adolescentes, evitando que os pequenos deixem de viver qualquer fase de suas vidas.
Infância é a prioridade
Nairo Callegaro atenta para a necessidade de tomar cuidado com as exigências físicas e mentais feitas a crianças e adolescentes, bem como as limitações dos pequenos para dançar.
Estas preocupações vão ao encontro do que pensam aqueles que atuam diretamente com as categorias de base dos CTGs. Vitor Paim diz que, em seu CTG, as categorias mais jovens são levadas a sério, mas sem esquecer da importância de valorizar a infância:
– É importante que haja diferença na avaliação dos menores. Os dançarinos da categoria mirim, por exemplo, com a qual trabalho, são crianças, e devem ser tratados como tal. É lógico que, quando eles vão a um festival competitivo, existe cobrança, mas é preciso dosar a questão da concorrência.
Por isso, o mais importante é levar para qualquer tablado uma boa apresentação.
– Geralmente, crianças que participam das invernadas gostam, sim, de competir. Ganhar é bom, mas sempre podemos tentar mais uma vez – finaliza Vitor.