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Jogos escolares envolvem centenas de alunos surdos em Porto Alegre

Primeiro dia de competição ocorreu nesta sexta-feira (17). As provas coletivas acontecem no dia 24 de maio, no Sesc Protásio Alves

17/05/2019 - 16h36min


Jéssica Britto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Abertura teve provas individuais de atletismo

Incluir, integrar e estimular a prática esportiva. Estes são os grandes objetivos de alunos, professores e profissionais envolvidos na 17ª edição dos Jogos dos Estudantes Surdos de Porto Alegre, que começou nesta sexta-feira (17), com as disputas individuais na Escola Superior de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS.

Conforme a diretoria-geral de Esporte, Recreação e Lazer, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE), oito escolas de Porto Alegre e da Região Metropolitana, envolvendo cerca de 400 atletas a partir dos seis anos, participam da ação.

— Nossa ideia é estimular essas crianças a superar seus limites, a descobrir potenciais —explicou Cláudio Franzen, 45 anos, coordenador de eventos da SMDSE. 

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Na primeira etapa, os inscritos participaram de provas de corrida, salto em altura e distância, lançamento de pelota e arremesso de peso. Muitos são veteranos nas competições. Róger Berndt, 28 anos, por exemplo, acompanha os jogos há 12 anos. Na manhã desta sexta-feira, recebeu a medalha de jovem adulto especial após participar de uma corrida. 

— Ficar na sala de aula não é o que ele gosta, mas vir participar ele adora — conta a mãe Zuleide Berndt, 66 anos.   

O dia repleto de atividades também é uma oportunidade de fazer novos amigos e conhecer novas pessoas. 

— O esporte os estimula, ajuda na socialização, é quando reveem colegas e amigos — relata a professora da Escola Frei Pacífico, em Porto Alegre, Mirca Lima, 52 anos.

Expectativa

A Escola Municipal Especial para Surdos, de Gravataí, esteve com 35 pessoas acompanhando e participando do primeiro dia. A ansiedade e a empolgação eram visíveis entre os alunos, acompanhados com admiração por muitos pais. Carmen Nascimento, 51 anos, mãe de Rafaela, 11 anos, disse que para a filha o momento é uma oportunidade importante, pois possibilita uma união entre os colegas. Todos torcem, vibram uns pelos outros.

— Eles esperam muito por esse dia, para participar. É quando eles conseguem ter contato com as outras escolas — completa a professora Luciana Rodrigues, 42 anos.

Dedicação há 17 anos

Félix Zucco / Agencia RBS
Professor Eli, aposentado há cinco anos, atua como voluntários nos jogos

Idealizador do projeto que deu início aos jogos há 17 anos, Eli Daniel Thomé, 69 anos, agora acompanha a competição como voluntário. A dedicação é fruto de uma visão percebida quando ainda era professor.

— Durante toda minha vida, trabalhei com crianças surdas. E via que existiam poucas atividades que contemplassem estes jovens, não existia inclusão. Então, apresentei o projeto, que ano a ano foi se consolidando, integrando pessoas de diversos locais — lembra o docente, aposentado há cinco anos.

As provas também são abertas para pessoas com outros tipos de deficiência.

Na próxima sexta, 24, ocorre a segunda etapa dos jogos, com os esportes coletivos no Sesc Protásio Alves (antigo Sesc Campestre), na Avenida Protásio Alves, 6.220. O evento tem a parceria da Sociedade dos Surdos do Rio Grande do Sul, Sesc RS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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