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Porto Alegre

Canteiro de obras do Terminal Triângulo só começa a ser montado na próxima semana

Primeira etapa de revitalização do terminal inicia entre quarta e quinta da semana que vem. Fechamento da cobertura e revitalização da estrutura e da iluminação demandarão investimento de R$ 1,62 milhão

14/06/2019 - 05h00min


Jéssica Britto
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Engenheiros fizeram levantamento de dados no local

A quinta-feira foi de tempo limpo e sol, um alento para quem usa diariamente o Terminal Triângulo, na zona norte de Porto Alegre, e sofre com os dias de chuva e frio em função de parte do telhado que está danificado há quatro anos e meio. Ontem, conforme anunciado pela prefeitura de Porto Alegre, seria dado início às obras da nova cobertura. Dois engenheiros e um técnico passaram pelo local para fazer vistoria e levantamento de informações como, por exemplo, sobre impactos no trânsito. O trabalho, propriamente dito, só deve começar na semana que vem.

A primeira etapa a ser realizada será a montagem do canteiro de obras, seguida da remoção das estruturas danificadas. Somente depois de concluídas estas etapas é que serão iniciadas a limpeza, pintura e instalação de novas telhas _ metálicas e em policarbonato. 

— Entre hoje (quinta-feira) e amanhã (sexta-feira) vamos fechar com a prefeitura a ordem de serviço, compra de materiais. Entre quarta e quinta da semana que vem estaremos organizando o canteiro de obras. A execução não deve paralisar as atividades do terminal. Teremos um plano específico de trabalho ao longo dos próximos 30 dias, que vai se verificando ao longo do andamento. Acredito que o prazo de 150 dias, dado pela prefeitura, será possível de ser cumprido  — detalha o diretor da companhia Zaffari, Claudio Zaffari.

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Projeto

Em janeiro de 2019, a prefeitura firmou um Termo de Conversão em Área Pública (TCAP) com o Grupo Zaffari para recuperar as estruturas do terminal localizado na Avenida Assis Brasil. A parceria envolveu valor relativo à recompra de área de um novo empreendimento do grupo, que será construído na Zona Norte. Em vez de repassar 20% do valor da área comprada para o município, como estipulado por lei, o montante é trocado por uma contrapartida indicada pela prefeitura. Serão executados os serviços de fechamento da cobertura e revitalização da estrutura e da iluminação com investimento previsto de R$ 1,62 milhão. As obras devem levar cinco meses, ou seja, estarem concluídas até novembro.

"Eu só acredito vendo"

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Vendedor de doces há três anos, Daril peregrina pelo terminal em busca de proteção

O local está sem parte da cobertura desde que um temporal destelhou a estação em dezembro de 2014. Na época, a prefeitura disse que havia necessidade de contratar uma empresa para fazer uma avaliação da estrutura. Um ano depois, a EPTC informou que seria necessária uma reforma completa no local. Porém, a licitação para reforma e manutenção da cobertura e das estruturas metálicas em geral foi cancelada porque a empresa vencedora desistiu do serviço. Em reportagem do DG publicada em maio de 2018, a prefeitura informou que "devido à dificuldade de obtenção de recursos para investimentos e custeios do orçamento municipal, não está sendo possível a publicação de nova licitação até o momento". A nota também citava a possibilidade de parceria com a iniciativa privada, o que, no final, acabou ocorrendo. 

Enquanto o tempo foi passando e as indefinições surgindo, trabalhadores e usuários do terminal seguiram aguardando pela fatídica obra. India Mara Ribeiro dos Santos, 61 anos, vendedora de lanches industriais no local há cinco anos, conta que acompanha o andamento desde o início.

— Eu ainda tenho um carrinho coberto, tenho como me defender da chuva, mas e quem não tem? A chuva vem de cima e vem pelos lados também, porque a estrutura é muito alta e não ataca — explica.

— Realmente é alto demais, fico mudando de lugar para escapar. Esperamos por esta reforma, que agora estão dizendo que vai sair do papel, mas eu só acredito vendo —completa o vendedor de produtos coloniais Daril Parazzi, 42 anos.

Passageiros 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Lúcia pede mais segurança, à noite, no terminal

O Terminal Triângulo tem um fluxo diário de 950 ônibus, com 41 linhas urbanas e 200 interurbanas. Todos os dias, 45 mil passageiros utilizam o ponto de parada, enquanto outros 110 mil passam por ele dentro dos ônibus. Atende usuários de Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, além de Porto Alegre. Passageiros que usam o ponto diariamente ainda apontam outras necessidades.

— Eu acho que o problema aqui não é nem só a proteção, mas a falta de iluminação, pois para quem circula durante a noite aqui é complicado — conta a estudante Bibiana Alexandre, 26 anos, que mora em Cachoeirinha, mas estuda na Capital.

A professora Lúcia Teixeira, 60 anos, usa o terminal para se deslocar até Gravataí, onde dá aulas, e fala da dificuldade para quem fica no terminal esperando.

— É bem complicado, tem que ficar de guarda-chuva aberto dentro do terminal. Acompanho as notícias, aguardamos pela obra, mas também por mais segurança —enfatiza.

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