Porto Alegre
Alunos e moradores da Ilha da Pintada finalizam projeto cultural com apresentação de peça em escola
Turma participou, ao longo de todo o ano, de uma série de oficinas sobre linguagens artísticas
Bruxas, lobisomens e muitas histórias invadiram o imaginário da gurizada na Escola Estadual Maria José Mabilde, na Ilha da Pintada, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, nesta quinta-feira (22). Após passarem meses na oficina de artes integradas, os alunos concluíram a primeira edição do projeto, que oferece gratuitamente o aprendizado de linguagens artísticas às crianças da ilha.
Desde o início do ano, as crianças tiveram acesso a práticas de teatro, dança, música, canto, artes visuais, criação literária e circo. A ideia partiu da direção da escola juntamente com um coletivo de professores e recebeu financiamento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) Pró-cultura RS.
No último sábado, 17, um cortejo circense passeou pelas ruas da Ilha da Pintada. Ontem, o grupo realizou três apresentações aos estudantes da escola. As histórias sobre a ilha — que, por vezes, também são contadas pelos pais, avós, vizinhos — aproximaram os alunos e fizeram com que tudo se tornasse ainda mais curioso.
— Foi muito bom, mas acabou rápido — dizia a gurizada ao fim do espetáculo.
Oportunidade
A peça Mistérios da Ilha foi protagonizada por cinco professores, por alunos e moradores da comunidade: Fábio Pinto, Laura Backes, Luciane Panisson, Luciano Fernandes, Marina Mendo, Margarida Rache, Nathiely Bibiele, de 12 anos, Arthur Nunes, 13, Maria Eduarda Dias, 10, Alexia Capioti, nove, Lara Benícia, oito, e Ester Vidal, sete. Todas as etapas, desde o roteiro até a encenação, foram criadas conjuntamente pelos participantes.
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— Me convidaram para entrar e eu vim, foi ótimo porque me ajudou a perder a vergonha — conta Nathiely, que viveu uma bruxa na história.
A experiência foi única para os atores estreantes. A pequena Ester encarnou o papel de gata e chamou a atenção pela atuação e carisma. Arthur, que encenou o homem-ilha, após o fim da apresentação, ainda administrava o que sentia, um misto de orgulho e euforia.
— Foi muito legal, eu conheci pessoas e me enturmei com todos do teatro — relata o garoto, que não é aluno da instituição, mas teve a oportunidade de participar.
Diversidade de ações
De acordo com o diretor Edgar de Quadros, o objetivo é manter as aulas de teatro na escola. Para isso, seguirá candidatando o projeto nos editais lançados pela Secretaria da Cultura. Como a instituição funciona em período integral, um dos propósitos é ofertar diferentes tipos de atividades às crianças, como já ocorrem com as aulas de judô e remo, grupo de escoteiros, robótica, entre outros. As ações são abertas ao público.