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Em Alvorada, comerciante "corta" parada de ônibus para melhorar acesso à sua loja

Ele argumenta que entrou com o pedido para que o ponto mude de lugar em 2017

14/09/2019 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Marco Favero / Agencia RBS
Degraus agora invadem o ponto de ônibus

Uma cena inesperada chama a atenção na parada 49 de Alvorada: uma parada de ônibus foi "cortada ao meio", para favorecer o acesso a um pequeno comércio. Fotos da ação viralizaram nas redes sociais, em grupos de moradores do município. 

Na origem da história, está um comerciante de Alvorada que cansou de esperar pelo retorno da prefeitura em relação a um protocolo aberto em 2017. No pedido, Adão Fátimo de Moura, 58 anos, solicitou que a localização da parada 49 no sentido Porto Alegre/Alvorada fosse alterada. Ou então, que ele pudesse mexer no abrigo metálico e melhorar a saída de sua loja, que dá exatamente no ponto de ônibus. 

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Entre idas e vindas ao paço municipal, as respostas dadas não convenciam o comerciante. No final de semana do feriado da Independência, Adão resolveu colocar a mão na massa, sem pensar muito nas consequências do fato. Afinal, alterar patrimônio público sem autorização não é permitido por lei. 

Obra

Munido de equipamentos para obra, ele serrou metade do banco que se estende pela parada. Depois, retirou um pedaço da cobertura metálica da parada e instalou uma calha para evitar que a chuva caia na entrada da loja. Por fim, o comerciante aumentou a escadaria em frente ao comércio, com os degraus invadindo o espaço do ponto de ônibus.

Marco Favero / Agencia RBS
Argumento do proprietário é de que a loja é mais antiga do que a parada

Adão argumenta que a loja — um pequeno bazar que vende brinquedos e acessórios eletrônicos — está no local há 18 anos. Já a parada foi instalada ali há 10. Ele diz que não se arrepende da atitude:

— Graças a Deus que fiz essa obra, até demorei. Minha loja não tinha acesso nem visibilidade para a rua — reclama o comerciante.

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Depois que Adão estava com a intervenção praticamente concluída, uma equipe da prefeitura apareceu para notificá-lo e determinar a interrupção dos trabalhos.

Quem aguarda pelos coletivos na parada 49 estranhou o fato. A cozinheira Lúcia Molina, 55 anos, embarca diariamente na parada 49. Quando viu a cena, ficou surpresa.

— Eu achei um desaforo. A parada não é dele, não poderia ter feito isso — critica Lúcia.

Marco Favero / Agencia RBS
Adão mostra seu requerimento, aberto em 2017

Processo está tramitando

Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico de Alvorada, Taison Neves, o ato do comerciante realmente está em desacordo com a legislação, pois o local "é um patrimônio público onde não pode ser feita qualquer alteração sem o devido consentimento do órgão responsável". O secretário informa que, no momento, o processo está tramitando no município e a primeira providência foi notificar o comerciante e paralisar a obra imediatamente. Agora, segundo Taison, "o processo tramitará nas secretarias competentes para que seja dada a cabível punição ao responsável".


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