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"Estamos pedindo aos colaboradores para que não deixem a população desassistida", diz vice-presidente do Imesf

Ana Maria Matzenbacher, que também perderá o emprego com a extinção do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (Imesf), faz apelo aos colegas

17/09/2019 - 18h22min


Juliana Bublitz
Juliana Bublitz
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Marco Favero / Agencia RBS
Postos foram fechados ao longo da tarde por iniciativa das próprias equipes

Vice-presidente do Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família de Porto Alegre (Imesf), a enfermeira Ana Maria Matzenbacher diz que a direção do órgão entende o momento delicado enfrentado pelos funcionários, mas trabalha para "sensibilizar os colaboradores para que não deixem a população desassistida". Alvo de uma guerra judicial desde 2011, o Imesf será extinto pela prefeitura, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

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Com isso, serão demitidas 1.840 pessoas, entre médicos, enfermeiros e agentes comunitários – os avisos prévios devem começar a ser emitidos assim que a prefeitura for notificada da decisão judicial. A medida foi comunicada nesta terça-feira (17) pelo prefeito Nelson Marchezan. Embora ele tenha assegurado a continuidade dos serviços, postos foram fechados ao longo da tarde por iniciativa das próprias equipes, descontentes com a notícia. Parte delas se deslocou até o Paço Municipal para protestar. 

 reação, na avaliação de Ana Maria, que está há dois meses no cargo e também perderá o emprego, é compreensível. Apesar disso, a enfermeira teme os prejuízos à população. 

— Quando vim para o cargo, já tinha conhecimento do processo, mas não havia uma estimativa de que o julgamento fosse acontecer tão rapidamente. Da mesma maneira, eu entendo que esta não é uma decisão da gestão municipal em si (de extinguir o Imesf). É resultado de uma decisão judicial. Eu também entendo e acolho os profissionais, porque, de fato, é um momento delicado para o trabalhador. É um grande número de pessoas afetadas, mas temos de considerar que a assistência à população não deve ser prejudicada — pondera a vice-presidente. 

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Ana Maria afirma que a direção do órgão e o departamento de atenção primária da Secretaria Municipal da Saúde estão conversando com os colegas para sensibilizá-los. Ela acredita que, pela qualificação e experiência do grupo, todos poderão ser recontratados em breve, assim que a prefeitura firmar parceria emergencial para suprir as vagas abertas a fórceps.

— É um momento difícil, mas a secretaria está pensando da melhor maneira possível para não prejudicar a assistência à população. Com essa decisão emergencial que vai ser tomada, de contratações temporárias, e depois com a solução definitiva, todos estão qualificados e tem experiência para conseguir se reintegrar. E a ideia é ampliar o acesso à população no futuro. Provavelmente, o plano vai contemplar a contratação de ainda mais profissionais. Certamente quem é engajado, profissional, vai ter espaço — conclui.



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