Para quem vive no Beco Cecílio Monza, no bairro Restinga, em Porto Alegre, 2019 foi bastante parecido com os anos anteriores. Isso porque, segundo os moradores, mesmo após as promessas de conserto feitas pela prefeitura, muitos problemas da via permaneceram sem solução durante os últimos 12 meses. Em 2018, o Diário Gaúcho mostrou, em duas ocasiões, a situação enfrentada pela vizinhança, que continua a conviver com a escuridão da rua e a falta de pavimentação na maior parte de sua extensão.

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_  Quando chove, vira um barral, porque não tem pavimentação e a terra desce e entope os bueiros. A iluminação pública também é horrível. Temos pessoas que chegam pela meia noite em casa, ou saem 4h para trabalhar, e é uma escuridão _ afirma o estudante Gustavo Oliveira dos Santos, 23 anos, morador do local.

Promessas

Na última reportagem publicada sobre os problemas do Beco Cecílio Monza, em 14 de novembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), por meio dos técnicos do Departamento de Iluminação Pública (DIP), informou que aguardava a chegada de material para realizar as intervenções necessárias para resolver os problemas de iluminação do Beco. Segundo o DIP, esses consertos seriam feitos até o dia 23 de novembro (do ano passado).

Já a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), na época responsável pelo Departamento de Conservação de Vias Urbanas (DCVU), informou que já havia realizado o serviço de patrolamento no local. Contudo, devido a falta de pavimentação da via, a pasta prometeu realizar uma nova vistoria, a fim de verificar a necessidade de novos serviços de manutenção.

Além disso, a vizinhança também convivia com esgoto extravasado e canos da rede de água expostos. De acordo com Gustavo, apenas os serviços desta competência, realizados pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), foram feitos. Os problemas relativos a pavimentação e iluminação pública permanecem.

_ Fizeram promessas, falaram que iriam vir aqui, que só faltava o equipamento, mas não vieram. Apenas o Dmae veio arrumar. É um desrespeito _ desabafa o morador.

Prefeitura: área é irregular

Em nota, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE) e da SMSUrb, informou que o trecho do Beco Cecílio Monza _ também chamado de Alameda Cecílio Monza _ em questão configura uma área de ocupação irregular (conforme o mapa). Segundo as pastas, a área integra um perímetro que seria destinado ao reassentamento de famílias que vivem em ocupações vizinhas, sob o comando do Departamento Municipal de Habitação (Demhab). Na nota, a prefeitura esclarece, ainda, que "espera resolver a ocupação, que está irregular, para, no futuro, fazer a manutenção das ruas com obra de drenagem, e poder seguir com o plano de reassentamento das famílias". 

Compromissos

Questionada sobre a não realização dos serviços prometidos à reportagem no ano passado, a assessoria informou que, ao se dirigir ao local, as equipes constataram que tratava-se de uma área de ocupação irregular. Por isso, as ações não teriam sido feitas, uma vez que o município não pode atuar em zonas que não estão regularizadas. 

Reprodução do mapa da prefeitura

Mapa da prefeitura mostra áreas de ocupação irregular na região, categorizadas em azul (área de risco), vermelho e amarelo (também irregulares, mas sem risco potencial): Cecílio Monza integra a área amarela. 

Produção: Camila Bengo

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