Papo Reto
Manoel Soares fala sobre participação no "É de Casa": "Feliz por existir"
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
Amigos, neste fim de semana, no programa É de Casa, eu vou ter a alegria de reunir pessoas lindas para falar sobre como podemos diminuir a desigualdade no Brasil. Essa foto que você está vendo aí é simbólica não somente porque são pessoas inteligentes e talentosas, mas também porque todas pertencem a um grupo de pessoas que há menos de 130 anos eram consideradas mercadorias a serem vendidas.
Sim, pense: se você tem 40 anos, sua bisavó nasceu no tempo em que você me compraria por R$ 400 no centro de Porto Alegre. Quando fazemos essa linha do tempo, entendemos porque essa foto é tão importante e porque você, que tem a pele clara, precisa ser mais obcecado por acabar com o racismo que eu.
Leia mais
"É de Casa": Manoel Soares apresentará programa no lugar de André Marques
"Sou capa da revista que alimentou minha autoestima quando ser negro não era moda"
Talvez, por não ser racista, falar disso seja até chato para você, mas é importante, pois ter seis pessoas negras na televisão deveria ser algo normal, mas não é. Precisamos fazer a criança negra que assiste a RBS TV acreditar que ali também é o lugar dela é isso só será possível com exemplos práticos, por isso fiquei tão feliz com essa conquista.
Somos todos iguais e essa igualdade precisa ser vista também nas oportunidades de existir dentro e fora da tela. Um dia, essa coluna vai ser lida como relato de um passado distante, mas, por enquanto, é uma realidade que pode ser assistida e repensada.