O temporal que atingiu diversas cidades do Estado na segunda-feira da semana passada, dia 27 de julho, causou estragos em Guaíba. Um raio atingiu um transformador interno do prédio onde funciona a Unidade de Saúde Centro (Saúde da Mulher). Desde então, o local ficou sem luz e, consequentemente, sem água. Até segunda-feira (3), uma semana depois, a situação permanecia a mesma. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a previsão de conserto e retorno da energia é para o final desta semana. Enquanto isso, os atendimentos aos pacientes têm sido transferidos para outros locais, e a sala de vacinas está fechada.

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Uma funcionária do posto, que preferiu não se identificar, relatou que, nos primeiros dias após o estrago, diversas pessoas procuraram o local em busca de consultas ou serviços como vacinas, e tiveram de voltar pra casa sem o atendimento.

— Na quinta e na sexta-feira (ainda na semana passada), os médicos começaram a ser encaminhados para outros postos. Mas muita gente chegou lá e não foi atendida — conta a funcionária.

Uma delas foi Theyla Oliveira. Grávida de 20 semanas, ela faz seu pré-natal na unidade. A consulta estava marcada para o dia 28 de julho. Quando chegou ao local, ela descobriu que haveria atendimento em função da falta de energia, e foi orientada a ligar no dia seguinte.

— Liguei várias vezes, assim como outras gestantes que também foram no posto aquele dia, mas não consegui. Claro, não havia energia. Não entendi porque me pediram para ligar — relata ela.

"Confusão"

Theyla conseguiu resolver a questão dois dias depois, quando voltou ao posto para buscar uma requisição e foi encaminhada para uma outra unidade, onde seu médico estava realizando as consultas.

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— Não tenho o que reclamar da equipe, sempre fui muito bem atendida lá, apenas houve essa confusão. Espero que seja resolvido logo, pois muitas pessoas consultam ali, não só grávidas — ressalta.

A funcionária do local relata, ainda, que alguns profissionais foram realocados para um outro prédio, quase em frente ao posto, onde consultórios teriam sido improvisados. Além disso, uma equipe permaneceu trabalhando no posto, mesmo sem água e energia elétrica.

— Caso eu precise aplicar uma medicação em alguém, por exemplo, vou precisar lavar minhas mãos com álcool, pois não tem água para higienizar — protesta.

Prédio cedido pelo INSS

Procurado, o secretário de saúde da cidade, Jocir Panazzolo, afirma que o prédio que está sendo utilizado para parte dos atendimentos é adequado para tal atividade, sem prejuízo às consultas. Sobre a equipe que permanece trabalhando, ele relata que os profissionais ficaram apenas para orientar a população que chega a procurar outras unidades, onde os médicos estão atendendo.

O responsável pela pasta explica, ainda, que o prédio onde funciona o posto não é da prefeitura. O local pertence ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, por isso, é o responsável pela troca do equipamento danificado.

— Esse prédio é cedido há muitos anos. O que sabemos é que a previsão é de que o conserto seja finalizado até o final desta semana — explica ele.

A reportagem questionou o INSS sobre a questão, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.