Papo Reto
Prestes a estrear como apresentador do "É de Casa", Manoel Soares agradece por um "não" que recebeu
Colunista escreve no DG nas edições de final de semana
Toda vez que minha carreira avança uma casa no jogo da vida, lembro de uma experiência que vivi na Rua Voluntários da Pátria, no centro de Porto Alegre. Eu sonhava em trabalhar com comunicação e soube que uma farmácia precisava de locutor de promoções na porta, com microfone.
Eu entendi que ali estava minha chance. Não bebi nada gelado no fim se semana, coloquei minha melhor camisa e fui me apresentar para a vaga. Cheguei no local e me apresentei para o gerente, dizendo que fui o rapaz que havia ligado. Ele me deu um chá de cadeira de duas horas.
Como eu não fui embora, ele me deu uma lista de remédios para anunciar no microfone. No terceiro nome, me mandou parar e disse que eu não tinha voz para comunicação. Que, no máximo, serviria para ser segurança. Recusei a proposta e sai de lá mordido.
Sonhos
Hoje, agradeço a este nobre senhor por ter me recusado, pois me deu a oportunidade de trabalhar na Globo. Se ele me aceitasse, neste fim de semana, ao invés de estrear como apresentador do programa É de Casa, talvez, eu tivesse que fazer plantão na farmácia dele. Conto essa história não para diminuir os irmãos que anunciam remédios, mas para lembrar que temos que acreditar em nossos sonhos, independentemente das vozes que gritem contrariando.
Às vezes, a melhor ajuda que vamos receber de alguém é um "não", e isso nos levará para oportunidades muito mais interessantes. Neste sábado, nos vemos no É de Casa.