Seu Problema é Nosso
Faltam fraldas e remédio na Farmácia Muncipal de Gravataí
O estoque vazio está atrapalhando a vida de Victor, 13 anos, que possui Amiotrofia tipo 1
Mais uma vez a autônoma Patrícia da Silva Ribeiro, 43 anos, trava uma batalha com a prefeitura de Gravataí: há mais de quatro meses não está conseguindo retirar o medicamento Amitriptilina e as fraldas do filho, Victor Alex da Silva Ribeiro, 13 anos, que possui atrofia muscular espinhal ( AME) tipo 1.
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Na edição do dia 27 de setembro de 2019, ela passou pela mesma situação. Porém, desta vez, de acordo com Patrícia, o motivo pela falta dos materiais foi diferente:
– Quando fui pegar o remédio, a atendente me falou que o laboratório que fornecia estava sem matériaprima para a produção. Fui em um estabelecimento privado, o medicamento estava lá para ser comprado. Ou seja: tem material para fazer e vender, mas não tem para enviar à prefeitura de Gravataí? – indaga Patrícia.
Sobre as fraldas, a autônoma foi informada que o fornecedor não estaria cumprindo os prazos de entrega:
– Liguei para a Secretaria Municipal de Saúde para saber quando eu receberia as fraldas, e a funcionária que me atendeu disse para fazer uma reclamação. Ela não sabia se iria funcionar, mas disse que eu poderia tentar. Achei um absurdo!
Além de Victor, a autônoma tem outra filha de dois anos. A renda da família é formada pelo benefício que Victor recebe, com o complemento dos “ bicos” de Patrícia, que é cabeleireira, vende cosméticos e roupas em casa.
Doações
Porém, há pouco tempo, ela quebrou um joelho após um acidente doméstico e, agora, não pode mais realizar os trabalhos para conseguir renda extra.
– Se antes eu já não tinha condições de comprar as coisas para o Victor, imagina agora. O remédio é essencial para ele dormir. A sorte é que estou conseguindo doações, mas elas estão acabando. Não sei o que fazer depois disso. Não posso passar o resto da vida vivendo de doação, mas é o que posso fazer agora.
Situação será normalizada nos próximos dias, diz prefeitura
Questionada, a prefeitura de Gravataí informou que a compra das fraldas é efetuada por meio de processo licitatório. De acordo com o município, os insumos para a confecção do produto sofreram um grande aumento de preço, o que acarretou no desinteresse das indústrias em participar das licitações. Com isso, o processo para escolher uma empresa responsável por esse tipo de material, por meio de edital lançado no início do ano, foi concluído há poucos dias.
Sobre a Amitriptilina, a gestão apenas explicou que o fornecedor teve problemas na produção do medicamento. A prefeitura garantiu que já foram feitas as ordens de compra dos produtos. Agora, aguarda pelo prazo de entrega, que se encerra nos próximos dias.
Produção: Thayná Souza