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DG no Busão

Ônibus de Guaíba vão circular com 40% da frota a partir desta quarta-feira

Funcionários da Expresso Assur reclamam de atrasos em pagamentos, e a empresa alega que não tem recursos

12/01/2021 - 21h04min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Veículos parados, na manhã de ontem

Terminou sem acordo a reunião entre rodoviários, a empresa de ônibus Expresso Assur e a prefeitura de Guaíba, com mediação do Tribunal Regional do Trabalho, nesta terça-feira (12). A partir de hoje, porém, conforme o presidente do sindicato dos rodoviários de Guaíba, Luis Carlos Veiga Martins, os ônibus circularão com 40% da frota. A medida deve durar até a próxima segunda-feira (18), quando nova audiência ocorrerá.

Os rodoviários paralisaram o serviço na segunda, reclamando atraso no pagamento de salários e benefícios. Prefeitura e empresa alegam que não têm como arcar com os valores. A situação já vinha sendo anunciada há bastante tempo.

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O transporte público de Guaíba sofre com uma concorrência a mais: o transporte clandestino. Sem cerimônia, carros de passeio circulam junto aos ônibus, recolhendo passageiros nas paradas, por um valor mais baixo do que o da passagem e sem regulamentação. E durante 2020, com os efeitos da pandemia, a disputa com este tipo de transporte tornou o sistema insustentável.

Pandemia

Diretor da Expresso Assur, Cristian Isse conta que, no período de pandemia, só foi possível manter os trabalhos em razão do programa do governo federal que permitiu a suspensão temporária de contratos e a redução de jornada. Porém, as iniciativas valiam até 31 de dezembro.

– De abril a dezembro (do ano passado), o faturamento da empresa caiu 68%. Sobrevivemos porque teve programa de manutenção de emprego e renda, com a frota reduzida, então, o pessoal ficava trabalhando em regime de escala – explica Cristian.

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Com a receita atual, o diretor explica que não é possível pagar nem os custos básicos, como pessoal e combustível. E, com a licitação assinada em 2015, a empresa renovou sua frota, valores que continuam sendo pagos. Por isso, Cristian aponta que, mesmo com o retorno hoje dos trabalhadores, o sistema pode colapsar ainda em janeiro, pois não haverá condição nem de colocar os ônibus para rodar ou honrar com todos os pagamentos.

– A queda de usuários da pandemia, aliada ao transporte clandestino, só deixa para nós os passageiros isentos, como idosos. Ou seja, a maioria anda de graça, não temos renda suficiente para trabalhar assim – diz Cristian.

Na conversa da semana que vem, devem ser discutidas maneiras de a Assur honrar com os pagamentos.


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