Pandemia
Vendedores informais permanecem nas principais regiões comerciais de Porto Alegre
Prefeitura diz que vem realizando operações de fiscalização, mas que não tem condições de acompanhar toda venda irregular
A pandemia de coronavírus diminuiu, mas não parou as atividades do comércio informal em Porto Alegre. As principais regiões comerciais da cidade registravam na tarde desta quinta-feira (11) circulação de ambulantes com suas mercadorias.
Na Avenida Assis Brasil, na Zona Norte, e a Rua dos Andradas, no Centro Histórico, os vendedores ocupavam as calçadas. Na Azenha, o cenário era diferente, com poucos trabalhadores informais.
No calçadão da Rua dos Andradas, entre a Esquina Democrática e a Praça da Alfândega, os mais diversos produtos eram oferecidos a pedestres: roupas masculinas e femininas, chapéus, bolsas, óculos e acessórios para smartphones.
Um dos ambulantes conversou com a reportagem, mas não quis se identificar. O homem destacou que o fechamento do comércios formais também afetou diretamente os informais.
— Caíram (as vendas) em mais ou menos 70%. Nos primeiros dias, ainda tinha movimento. Mas como a gente é informal, é impossível parar. A gente aguarda o auxílio, mas seguimos vindo — disse.
Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a PEC Emergencial, que viabiliza o auxílio.
O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, destacou que o comércio informal compete com lojistas formalizados:
— Isso nos prejudica. E as vendas deles aumentam com o nosso comércio fechado. Agora quando chegar o frio, poderão vender calças de moletom e outras roupas. E isso afeta quem tem sua loja, por exemplo.
O que diz a prefeitura
A prefeitura de Porto Alegre ressaltou que vem realizando operações de fiscalização, mas que não tem condições de acompanhar toda venda irregular em Porto Alegre. A pasta destacou ainda que o problema do trabalho informal ocorre há anos e que vem trabalhando para tentar remover qualificar os vendedores. Confira a íntegra da nota:
A secretaria informa que essa não é uma situação de hoje, infelizmente. É um problema econômico e social, que enfrentamos há anos em Porto Alegre, mas a prefeitura vem realizando um trabalho de remoção, qualificação e realocação desses comerciantes . Houve também um aumento muito significativo de denúncias, demandas nos últimos dias e nós seguimos com o mesmo número de fiscais, por exemplo. É difícil cobrir toda a cidade e conseguir identificar 100% das atividades que não se enquadram no decreto Estadual. A nossa fiscalização, a Guarda Municipal e a Vigilância Sanitária estão nas ruas para tentar minimizar os impactos sanitários, mas solucionar este problema histórico leva tempo.