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Dia da TV 

Aos 10 anos, aluna cria telejornal com materiais reciclados e diz se inspirar em apresentadoras da RBS TV: “mulheres empoderadas” 

Atividade da Escola Municipal Vila Olímpica, em Esteio, exigiu criatividade no uso de itens que iriam para o lixo 

11/08/2021 - 15h33min

Atualizada em: 11/08/2021 - 15h34min


Tiago Boff
Tiago Boff
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No Dia Nacional da Televisão, celebrado nesta quarta-feira (11), um trabalho escolar projeta um telejornal com olhar para o futuro. Criado por Manuela Godoy Cunha, de 10 anos, o "Informativo da Manu" foi produzido a partir de materiais recicláveis: a TV de papelão é escorada em hastes de uma velha estante, um antigo mapa serve de cenário para previsão do tempo e os brinquedos, no bloco classificado como de entretenimento, reutilizam tecidos, latas e tampas de garrafa que iriam para o lixo. 

O programa foi gravado em casa, no período em que as aulas aconteciam em formato híbrido, e apresentado aos colegas do quinto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Olímpica, em Esteio, região metropolitana de Porto Alegre. A inspiração, garante a menina, vem dos programas da RBS TV – para ser mais preciso, das apresentadoras:

— Cris Silva, com sua risada contagiante; Cristina Ranzolin e o seu jeito íntimo de tratar seus colegas, como se fossem da sua família; Carla Fachin; Ana Maria Braga, com sua transparência em mostrar suas emoções; Fátima Bernardes, com sua elegância e simplicidade; e Maju Coutinho, com sua inteligência, estilo e educação. Todas mulheres fortes e empoderadas – enumera a jornalista mirim. 

No mapa, Manu aponta cada cidade com uma espécie de microfone de papel, que tem um sol desenhado de um lado e uma nuvem chuvosa na outra face. Tatiane Godoy Cunha, 42 anos, garante que a filha pesquisou na internet as temperaturas nas diferentes regiões do Estado, antes de noticiar a previsão para a semana. 

— Ela é bem dedicada, tudo que pega pra fazer, ela faz bem feito. A leitura ajuda bastante, ela devora livros — garante a técnica em enfermagem, que além de incentivar, carrega junto ao marido o hábito da leitura. 

No dia alusivo à TV, a família transportou o estúdio para o local favorito da estudante: a biblioteca da escola. A apresentadora repetiu o noticiário, com o placar da vacinação contra a covid-19 em seu município. Já o clima, ela deixou para um profissional com mais experiência. 

— Pesquisa aí, Cléo Kuhn — brincou, em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha

Responsável pelas cerca de 7 mil obras na livraria da escola, a servidora Vera Lúcia Maciel Lima, 65 anos, define a aluna como “uma rata de biblioteca”. Ela mostra publicações que fazem sucesso com a garotada e aponta um sonho: levar o repórter Manuel Soares, da Rede Globo, para uma conversa com os estudantes. 

— Quem sabe uma chamada de vídeo. Os alunos amam esse livro dele, “O Escudeiro da Luz” — afirma a técnica em biblioteconomia. 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Telejornal foi resultado de trabalho proposto na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Olímpica, em Esteio

A iniciativa do trabalho com descartes foi das professoras Carla Simone Gomes, 44 anos, e Zilda Tassinari, 60. Como única exigência, as docentes repassaram aos 29 alunos que a apresentação deveria ter somente embalagens e demais itens potencialmente reutilizáveis. 

— Com a pandemia, muitas crianças passaram a assistir mais televisão, ouvir rádio, então esse trabalho da Manu tem tudo a ver com o momento que vivemos. Tem pesquisa, estudo da geografia, fala do aproveitamento dos materiais reciclados, é completo — detalha Carla. 

O bairro Vila Olímpica, onde a escola fica localizada, sofre enchentes com frequência. Os moradores afirmam que, nesses momentos, móveis e outros entulhos emergem sobre a rua, o que acaba sendo observado pelas 600 crianças e adolescentes matriculados na instituição.  

Orgulhoso com o resultado do telejornal, o diretor Gustavo Ely reforça o trabalho dos educadores no último ano, desde que o coronavírus transformou a forma de lecionar: 

— Mostra a força do trabalho presencial dos professores. As ferramentas tecnológicas vieram para ajudar, mas sem os professores, nada é possível. 

Confira a entrevista de Manu, da mãe e da professora responsável pelo trabalho: 



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