Consumo
Tomate sobe 19,33% e Porto Alegre fica com cesta básica mais cara do país
Levantamento do Dieese mostrou que Porto Alegre está com a cesta básica mais cara entre as 17 capitais pesquisadas. A maior alta registrada foi a do tomate. Entre as baixas, a batata ficou 11% mais barata
Tradicionais como arroz e feijão, a dupla alface e tomate desfalcou o time da salada no último mês. Isso porque o fruto foi o produto da cesta básica que mais subiu de preço em Porto Alegre, conforme levantamento divulgado nesta quinta-feira (4) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme os dados, a elevação foi de 19,33%. Na contramão, a maior queda de preço ficou por conta da batata inglesa, que estava -11,03% mais barata em julho, quando comparada com o mês de junho.
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A pesquisa também mostrou que Porto Alegre está com a cesta básica mais cara do país. Na Capital, o conjunto de alimentos básicos registrou alta de 2,27% em julho, saltando para R$ 656,92. E no ano, a cesta básica já acumula alta de 6,7%. No período de 12 meses, esse crescimento é de 28,5% — três vezes maior do que a inflação acumulada no período na Grande Porto Alegre, que é de 9,07%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Depois da Capital, aparecem Florianópolis (R$ 654,43) e São Paulo (R$ 640,51). O valor desembolsado pelas famílias para garantir os produtos de primeira necessidade em Porto Alegre equivale a 64,56% do salário mínimo líquido. Para alimentar uma família de quatro pessoas com a cesta básica, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 5.518,79 — 5,02 vezes o piso nacional em vigor, de R$ 1.100,00.
Variações
Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, oito ficaram mais caros. Tomate, açúcar e banana estão no topo da lista de alimentos com as maiores variações em julho. Na outra ponta, batata, feijão e arroz apresentaram as maiores reduções no período. O movimento registrado em Porto Alegre ocorreu em 15 capitais que fazem parte da pesquisa. Em outras duas, o preço dos produtos diminuiu, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese. As maiores altas do mês foram registradas em Fortaleza (3,92%), Campo Grande (3,89%), Aracaju (3,71%), Belo Horizonte (3,29%) e Salvador (3,27%). João Pessoa (-0,7%) e Brasília (-0,45%) são as capitais que registram queda. Salvador (R$ 482,58) e Recife (R$ 487,60) apresentaram o menor valor da cesta básica.
Onda de frio afetou tomate
Economista-chefe do Dieese, Daniela Sandi explica as razões para a alta do tomate e também da queda no preço da batata. No caso do primeiro item, ela conta que o tomate é um dos produtos in natura mais sensíveis ao clima. Por isso, com a forte onda de frio recente, o amadurecimento atrasou, além das geadas que provocaram perdas e diminuíram a disponibilidade do item, pressionando os preços.
— Com tudo isso, o fruto também perde qualidade — pontua Daniela.
Em relação a batata, com a chegada da safra, a oferta pelo produto aumenta, e o preço baixa para regular a demanda.
Variação mensal dos produtos em Porto Alegre (julho)
Tomate: 19,33%
Açúcar: 6,98%
Banana: 6,19%
Pão: 4,92%
Leite: 2,77%
Manteiga: 2,36%
Café: 2,31%
Carne: 0,63%
Farinha: 0,0%
Óleo: -2,06%
Arroz: -5,41%
Feijão: -5,8%
Batata : -11,03%