Legislativo municipal
Confusão interrompe sessão na Câmara de Vereadores que debate exigência de passaporte vacinal em Porto Alegre
Houve confronto entre grupos favorável e contrário ao documento; parlamentares relatam agressões
Uma confusão na Câmara de Vereadores interrompeu a sessão no Legislativo na tarde desta quarta-feira (20). Os parlamentares debatem um veto do prefeito Sebastião Melo à exigência do passaporte vacinal em Porto Alegre — a apresentação do documento em determinados espaços já é obrigatória desde segunda-feira em razão de determinação estadual.
O vereador Idenir Cecchim (MDB), que preside a sessão, disse que um grupo contrário ao passaporte vacinal exibiu cartazes com referências nazistas e que determinou que fossem retirados, quando ocorreu a confusão com pessoas que defendem a exigência da vacinação e alguns vereadores. O público foi retirado do plenário.
Há relatos de agressões por parte dos vereadores. Claudio Janta (SD) afirma que foi mordido no dedo:
— Já sofremos algumas invasões na Câmara, mas o que vimos hoje é inimaginável, vereador sendo agredido, mordido. Estamos aqui simplesmente defendendo a vida, que só possa entrar nesta Casa, em cinema e estádios quem se vacinou.
Outros parlamentares também lamentaram a confusão no plenário.
— A Câmara de Vereadores foi tomada por um grupo de manifestantes com apologia ao nazismo alemão. Desrespeitavam o uso de máscara. Vereadores foram agredidos verbal e fisicamente. Uma minoria violenta veio para a Casa para tentar impedir os debates. Isso é inaceitável em um ambiente democrática — diz o vereador Matheus Gomes (PSOL).
— É inacreditável. Nunca vi uma situação dessas, que me pareceu uma incitação à violência. As pessoas não conseguem discordar de forma respeitosa. O que se viu aqui era um grupo de fanáticos, tanto da esquerda quanto da direita. O que estamos vendo é um grupo contra o outro para agradar eleitores — afirma a vereadora Mônica Leal (PP).
A sessão foi retomada após a retirada dos manifestantes do plenário.
Em nota, a Câmara Municipal se manifestou sobre o caso. Confira a íntegra:
"Em face dos acontecimentos ocorridos na tarde de hoje (20/10) nas dependências do Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre, o presidente em exercício e a Mesa Diretora desta Casa repudiam com veemência qualquer tipo de manifestação política que utilize o expediente da violência. O plenário da Câmara Municipal é a expressão da democracia na capital dos gaúchos e suas decisões são soberanas. Este Legislativo rejeita qualquer forma de intimidação contra seus integrantes.
Em hipótese alguma esta Câmara aceitará apologia à suástica, símbolo do período mais obscuro da história moderna da humanidade. Aqueles que buscam impor suas vontades pela força ou pelo terror nunca terão guarida nesta Casa. Pelo contrário, tais indivíduos serão submetidos ao rigor da lei e responsabilizados por seus atos."
Ouça a transmissão na Rádio Gaúcha direto do plenário da Câmara