PAPO RETO
Manoel Soares: "Temos que tomar cuidado com os gatilhos do coração"
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados.
Galera, temos que tomar cuidado com os gatilhos do coração. Tudo o que vivemos em nossa vida deixou algum tipo de marca, algumas são lembranças alegres, outras são traumas que nos assustam. As cicatrizes de sentimentos ruins criam fantasmas em nossa vida e, aos poucos, isso vai moldando nossa personalidade.
Algumas experiências que vivemos são frutos desses momentos marcantes. Saber quando nossas ações são frutos desses traumas é muito importante, senão confundimos opiniões com as reações de nosso coração. Geralmente, as raízes de nossos traumas estão nos primeiros 15 anos de nossa vida. Poder falar sobre esses anos dividindo em ao menos três partes é importante. O que foi nossa vida nos primeiros cinco anos define nossa primeira infância, as emoções primitivas foram moldadas ali. Até os 10 anos de vida, aprendemos as regras de convivência e códigos de civilidade, nesse momento aprendemos também nossos papéis na família e nos demais grupos. Até os 15 anos, vamos criando as estratégias para se destacar e driblar os problemas que a vida de adulto nos trará.
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Esses ciclos vêm carregados de muitos tropeços, que nos fazem sofrer e, a partir daí, nascem os traumas que carregamos. Falar com nossos pais e familiares sobre esses períodos e as experiências nos ajuda a reler o que vivemos e a desmanchar as dores que se avolumam com o tempo. Lutar contra os gatilhos e ser cada vez menos refém deles é o alvo.