Notícias



Seu Problema é Nosso

Sem receber investimentos, projeto social premiado terá de fechar as portas

Iniciativa educacional atende 150 famílias do Morro da Cruz, em Porto Alegre

03/12/2021 - 11h00min


Félix Zucco / Agencia RBS
ONG já informou famílias sobre possibilidade de encerramento do projeto

Uma década de atuação no bairro São José, em Porto Alegre, atendimento a 150 famílias carentes e recentemente premiada na categoria Referência Educacional no prêmio Líderes e Vencedores, que valoriza lideranças da comunidade gaúcha e é promovido pela Assembleia Legislativa e pela Federasul. Tudo isso não foi suficiente para que o Coletivo Autônomo Morro da Cruz conseguisse apoio financeiro para manter as suas atividades a pleno. E, neste fim de ano, a ONG dá a pior notícia: a iniciativa será encerrada por falta de investimentos. 

Sem perspectiva de como manter as ações, a vice-presidente da ONG, Nira Martins Pereira, 56 anos, conta que foi preciso avisar as famílias sobre o encerramento das atividades. Hoje, o principal projeto do grupo, que aposta na educação como base para o desenvolvimento humano, é o Integração Social. Nele, explica a psicóloga Luísa Puricelli Pires, 34 anos, aulas de capoeira, contação de histórias e música, dentre outras, permitem que os pequenos tenham acesso a uma grande variedade de estímulos, o que colabora para seu desenvolvimento. 

LEIA MAIS
Projeto desenvolvido em escola da zona norte de Porto Alegre une geração de renda e educação ambiental
Em Sapucaia do Sul, moradores pedem mais passarelas na RS-118
Em Gravataí, jovem tenta conseguir medicação desde 2018 

– Crianças vistas como um problema por serem agressivas são diferentes na ONG. Temos todo um acompanhamento individualizado com elas, que conseguem construir vínculos e amizades aqui – afirma. 

Durante a pandemia, o contato com as 150 famílias foi mantido e reforçado com o oferecimento de assistência psicológica e doação de alimentos. Nos últimos meses, a quantidade de oficinas já havia diminuído pela falta de recursos. 

O espaço acolhe as crianças enquanto os pais estão no trabalho. Por isso, Nira defende que o local assume importante demanda de assistência social. 

– Se fecharmos, 55 crianças não terão onde ficar. Onde os pais irão colocá-las? Queríamos que isso fosse visto como uma política pública. Precisamos de ajuda, pois estamos fazendo um trabalho que é reconhecido dentro e fora da comunidade – desabafa a vice. 

Para manter o ONG, que conta com voluntários e contratados, é preciso cerca de R$ 15 mil mensais. Entre as alternativas para suprir esse custo, o Coletivo promoveu uma campanha de apadrinhamento das crianças, porém, sem adesão. Hoje, foca na solidariedade para manter um fio de esperança de dar continuidade à sua relevante jornada.

Produção: Émerson Santos



MAIS SOBRE

Últimas Notícias