Consumo
Cesta básica de Porto Alegre recua 1,45% em janeiro, aponta Dieese
Conjunto de 13 alimentos pesquisados pelo Dieese teve leve redução no valor. Tomate foi o item com maior queda de preço: -17,26%
Fevereiro começa com uma boa notícia para o bolso dos consumidores. A cesta básica de Porto Alegre recuou 1,45% de valor em janeiro, na comparação com dezembro passado. Os dados constam no levantamento do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados nesta segunda-feira (7).
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Um dos grandes motivos para a queda no valor está relacionado ao tomate. Este foi o produto que mais caiu de preço na comparação mensal: um recuo de -17,26%. Mas, além da fruta, outros oito produtos da cesta básica também tiveram queda de valor. Entre eles, a carne (-0,35%), o leite (-1,05%) e o feijão (-3,94%).
Conforme a economista-chefe do Dieese-RS, Daniela Sandi, a redução no preço do tomate na região Sul corrobora a tese da influência do tomate na redução do preço total da cesta. Segundo ela, o item está entre os produtos com maior gasto mensal na cesta, junto de itens como a carne, o pão e banana.
— A queda expressiva aqui em Porto Alegre ajudou na redução do valor total da cesta. A maior influência dessa queda, inclusive, foi a retração dos produtos in natura como um todo, caso do tomate, da batata e do feijão. Isso é notável quando olhamos o impacto por tipo de item que compõe a cesta: in natura, semi-industrializado e industrializado — explica Daniela.
Do outro lado da balança, quatro itens da cesta básica tiveram salto no preço na Capital. O maior aumento de preço na comparação mensal foi da banana, que ficou 13,42% mais cara no mês passado, quando comparada com dezembro de 2021.
Os outros três alimentos que tiveram inflação de valor foram a farinha de trigo (2,2%), o óleo de soja (3,28%) e o café (4,68%). A bebida quente mais consumida pelos brasileiros, aliás, está com a maior alta acumulada em 12 meses entre os itens da cesta básica. Em um ano, o café ficou 58,3% mais caro.
— O café segue pressionado. A expectativa de quebra da safra 2022/2023 e os menores estoques globais de café elevaram tanto os preços internacionais quanto os preços internos (nacionais) — contextualiza Daniela, ao comentar a alta do café no mês e também no acumulado do ano.
Em relação à campeã mensal das altas, a economista pontua que a banana tem sua inflação de preço influenciada por fatores climáticos, aumento do custo dos principais insumos para produção e a elevação do número de exportações de banana do Brasil para o Exterior, que se elevaram em 2021.
— As exportações de banana devem seguir em alta neste ano, segundo as perceptivas. Assim, a oferta pode ficar mais justa no mercado interno, trazendo novos aumentos de preços. Como muitos produtos são commodities exportáveis e cotados no mercado internacional, a trégua do câmbio e do dólar no último período também ajudou a diminuir a pressão — pontua Daniela.
Ainda assim, a banana acumula a terceira maior queda de preço em 12 meses no levantamento do Dieese na Capital, valendo 11,02% menos do que em janeiro do ano passado. Só fica atrás do arroz (-27,57%) e da batata (-37,5%).
Quinta mais cara do país
Conforme o levantamento do Dieese, com a queda de valor em janeiro, a cesta básica da Capital fechou o primeiro mês do ano custando R$ 673 — valor que representa 60,03% do salário mínimo atual, de R$ 1.212. No geral, Porto Alegre ficou em quinto lugar no ranking das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.
No ano passado, a cidade chegou a liderar o ranking em alguns meses, mas ocupou o top 3 da lista na maior parte do ano. Agora, em janeiro, a Capital ficou atrás de Vitória (R$ 677,54), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Florianópolis (R$ 695,59) e São Paulo (R$ 713,86).
A pesquisa mensal do Dieese também indica qual seria o salário mínimo necessário no Brasil para o sustento de uma família. Em janeiro, o valor ficou em R$ 5.997,14. Isto é quase cinco vezes o valor do salário mínimo atual no país.