Imunização
Sete Estados aplicam quarta dose de vacina contra covid-19; RS não tem previsão
Ministério da Saúde diz que, "até o momento", medida é focada apenas em imunossuprimidos
Enquanto ao menos sete Estados brasileiros, além de outros países, aplicam a quarta dose de vacinas contra a covid-19 em idosos, o governo do Rio Grande do Sul não tem previsão de fazê-lo, informou a Secretaria Estadual da Saúde (SES-RS) nesta segunda-feira (21) a GZH.
LEIA MAIS
Como a Europa, Brasil deve enfrentar nova onda de covid-19, mas com impacto menor em hospitalizações e mortes
Como foi o primeiro dia do fim da obrigatoriedade de máscara em locais fechados de Porto Alegre
"Não quer dizer que o risco é zero": infectologistas avaliam decisão da prefeitura de flexibilizar máscaras em locais fechados
Há consenso na ciência de que a quarta dose deva ser oferecida a pessoas imunossuprimidas, o que já ocorre em todo o Brasil. Aos poucos, alguns países começaram a aplicar a quarta dose também em idosos e outros grupos mais vulneráveis. O objetivo é elevar as defesas após cerca de seis meses de aplicação da terceira dose.
Oferecem quarta dose a idosos França (pessoas com 80 anos ou mais), Dinamarca (pessoas com 60 anos ou mais), Chile (indivíduos com 55 anos ou mais) e Israel (idosos com 60 anos ou mais e profissionais da saúde de qualquer idade).
No Reino Unido, a quarta dose é aplicada em idosos com 75 anos ou mais e moradores de asilos. Coreia do Sul oferece a residentes de asilos também.
A quarta dose começa a ser aplicada cada vez mais em meio à nova onda de casos enfrentada na Europa, após a queda das medidas de combate à pandemia.
Estados do Brasil
No Brasil, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Espírito Santo, Amazonas, Rio Grande do Norte e Pará aplicam a quarta dose em idosos com 80 anos ou mais- no Mato Grosso do Sul, a partir dos 70 anos e também a profissionais da saúde.
Alguns municípios também decidiram ampliar a quarta dose a idosos, como Natal, no Rio Grande do Norte. A cidade do Rio de Janeiro oferecerá a partir de julho, sob a justificativa de que estudos apontam ser necessário tomar a quarta dose um ano após a terceira.
As autoridades do Estado de São Paulo ainda afirmaram que há expectativa de ampliar a quarta dose para pessoas com 60 anos ou mais. Todas as vacinas são utilizadas.
As decisões dos sete Estados diferem da regra definida pelo Ministério da Saúde de aplicar a quarta dose apenas em imunossuprimidos com 12 anos ou mais. A terceira dose é oferecida oito semanas após a segunda. A quarta aplicação, quatro meses após a terceira.
O governo do Rio Grande do Sul afirma, por e-mail, que “segue o preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde” e que “até este momento, não está prevista uma nova dose à pessoa que já realizou a dose de reforço”.
O Ministério da Saúde foi questionado por GZH se avalia a possibilidade de oferecer a quarta dose à população para além de imunossuprimidos. Por e-mail, respondeu que, “até o momento”, recomenda o esquema de quatro dose apenas para brasileiros imunossuprimidos. A pasta não disse se estuda ampliar a oferta para outros grupos.
Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirmou à reportagem que segue as diretrizes do governo do Estado e do governo federal. Ainda informa que não recebeu orientação nem doses para a quarta aplicação em idosos com 80 anos ou mais.
Não há consenso na ciência sobre a necessidade de quarta dose contra a covid-19 para além de pessoas imunossuprimidas, dado o pouco tempo transcorrido após a aplicação da terceira. Para evitar uma piora da epidemia, algumas autoridades e cientistas vêm defendendo a aplicação na outra população com mais risco de morte por coronavírus: idosos.
O governo de Israel divulgou estudo na metade de fevereiro no qual informa que a quarta dose de vacinas de RNA mensageiro (Pfizer e Moderna) restaura os níveis de anticorpos no organismo no patamar da terceira dose, mas adiciona pouca proteção contra casos leves ou assintomáticos.