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Depois da teoria, a prática

Alunos de Ensino Médio ajudam estudantes mais novos a construir foguetes de água com ensinamentos de física

Iniciativa reuniu adolescentes de escola privada e crianças de colégio público que ficam na zona norte de Porto Alegre

28/06/2022 - 21h58min


Vinicius Coimbra
Vinicius Coimbra
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Anselmo Cunha / Agencia RBS
Garrafa pet foi preenchida com água no experimento

Estudantes de duas escolas da zona norte de Porto Alegre tiveram um momento de integração nesta terça-feira (28). Eles aproveitaram a tarde para lançar foguetes construídos com garrafas pets, elaborados na semana passada, no primeiro encontro do projeto. Participaram do lançamento alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Monteiro Lobato e da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Bahia, instituições vizinhas no bairro Boa Vista.

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Na semana passada, os alunos do 5º ano da escola estadual foram ao Monteiro Lobato, onde construíram os protótipos sob supervisão dos adolescentes e tiveram lições sobre astronomia. A iniciativa faz parte de ações de voluntariado previstas no currículo, nas quais os alunos podem escolher projetos para atuar com idosos ou crianças.

A ideia da integração com a escola vizinha partiu dos estudantes da instituição privada, que costumam participar de competições com foguetes construídos a partir de garrafas pets. Por isso, eles usaram os conhecimentos para ensinar o processo aos alunos da escola estadual. A atividade teve a supervisão da professora de física Marina Sanfelice Valenzuela, do Monteiro Lobato.

Na tarde de terça, estava previsto o lançamento de sete foguetes, nomeados e construídos por grupos diferentes. As garrafas pets foram preenchidas com água e uma estrutura de canos PVC foi utilizada como base para o lançamento. Por fim, uma bomba para encher pneu foi usada para pressionar a água dentro do recipiente e, assim, gerar força para lançar a garrafa. Entre falhas e acertos, três deles voaram pelo pátio da EEEF Bahia.

— O que eu mais gostei foi aprender a fazer e lançar o foguete. Não achei fácil, mas é muito legal — comenta Arthur D'Alessandro Gonçalves, de 10 anos, da Escola Bahia.

Nos lançamentos, os alunos fizeram um círculo em volta do experimento e ficaram a uma distância segura para observar a atividade, acompanhada por professores das duas instituições.

— Conseguimos construir um currículo em que o voluntariado vem com muita força, pensando em sair dos muros da escola. Uma cidade educadora é quando nós nos preocupamos com o entorno do nosso bairro — afirma Kátia Beppler Macagnan, coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Monteiro Lobato.

Gabriela Godinho Borsato, diretora da EEEF Bahia, diz que outras parcerias foram feitas entre as instituições, mas a montagem dos foguetes foi a maior integração entre elas:

— Os alunos adoraram vir para cá, encontrar outra realidade. Foi uma experiência rica para eles. É uma área que eles não têm vivência, que talvez na escola não teriam neste momento. Foi um aprendizado.

Cerca de 60 alunos das duas instituições participaram da iniciativa, que deve continuar por meio de outras atividades entre os alunos.

— Essa experiência não era só sobre montar foguetes. Para nós, foi um aprendizado em relação a lidar com pessoas que não conhecemos, crianças mais novas, estar na posição de monitor. É algo que vai nos preparar para quando formos adultos. Foi também uma troca de diferentes perspectivas de vida, para sairmos da nossa bolha — diz Alice Zoratto, aluna do Monteiro Lobato.

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