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Em 2022, Rio Grande do Sul tem número de mortes por gripe mais de cinco vezes maior do que em todo o ano passado

Considerando dados até 15 de julho são 88 mortes, contra 14 em 2021; uma possível causa para o aumento é a baixa na cobertura vacinal

21/07/2022 - 14h03min

Atualizada em: 21/07/2022 - 14h05min


GZH
Orawan / stock.adobe.com
Rio Grande do Sul já registrou 74 mortes por gripe a mais do que todo ano passado.

Segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), 88 mortes foram causadas pela gripe no Rio Grande do Sul em 2022, contra 14 em todo o ano de 2021. Os dados dizem respeito a casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pelo vírus influenza até 15 de julho. Destacam-se os municípios de Porto Alegre, com dez mortes; e Santa Cruz do Sul, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, com cinco óbitos cada.

Em todo ano passado, foram 143 casos confirmados de gripe no Estado. Até o momento, já foram registrados 647 casos em solo gaúcho em 2022. Esse número representa um aumento de 352% em pacientes com gripe. No que diz respeito ao número de casos, Caxias do Sul lidera o ranking, com 76 casos, seguida por Porto Alegre e Bento Gonçalves, com 68 e 59, respectivamente.

De acordo com Marcelo Tadday, chefe do serviço de pneumologia do Hospital Mãe de Deus, uma das possíveis explicações para esse aumento é o fato de que, nos últimos anos, com as práticas adotadas durante a pandemia, as pessoas ficaram mais protegidas de doenças respiratórias.

— Houve muito menos casos de síndromes respiratórias em função de ficarmos em casa boa parte do tempo ou então de máscara — comenta Tadday.

O pneumologista também faz referência a uma sazonalidade, marcada pelo aumento no inverno, na procura por consultas e exames a partir do surgimento de sintomas respiratórios. O médico recomenda a utilização de máscara, o distanciamento e a lavagem de mãos tão logo surjam os sintomas e a manutenção de testes para covid-19.

Mas a mudança de hábitos, com a flexibilização de restrições por conta da pandemia, possivelmente não explica este aumento por si só. Para fins de comparação, em meados de julho de 2019, eram 18 as mortes causadas pelo influenza aqui no Estado até aquela altura do ano, 70 óbitos a menos do que temos em 2022 até o momento.

Uma possível causa para esse crescimento no número de casos e mortes é a baixa cobertura vacinal da população. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Estado vacinou, até a primeira semana de julho, apenas 46,8% do público–alvo para a vacina da gripe. A pasta estabelece 90% de vacinados como meta de vacinação para esse grupo populacional, praticamente o dobro.

— Para a gripe, a vacinação anual é fundamental, especialmente para os chamados extremos etários: os idosos e as crianças — comenta o pneumologista.

Além de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos e crianças entre seis meses e seis anos, são parte do público-alvo professores, profissionais da saúde, trabalhadores do transporte público, entre outros. A SES foi procurada para comentar o tema e ainda não se manifestou a respeito.


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