A cada 15 dias, aos domingos, a rotina é a mesma: um grupo de 12 pessoas se reúne para receber dezenas de crianças do bairro Lomba do Pinheiro, na Capital, e oferecer uma manhã diferente daquela que muitas delas estão acostumadas. Coordenados pelo pastor da igreja batista Jorge Alberto Campanha de Souza, 45 anos, os voluntários utilizam o espaço de um pequeno sítio e oferecem café da manhã, brincadeiras, atividades esportivas e almoço. 

– Vemos que, aqui no bairro, temos muitas crianças carentes, que ficam muito tempo na rua. Seja porque passam necessidade ou porque os pais trabalham e elas não têm onde ficar. Então, nossa intenção é oferecer uma alternativa, já que na rua a violência é muito grande – explica. 

Porém, Jorge alerta que a iniciativa ainda possui pouca estrutura e depende inteiramente de doações. Atualmente, boa parte delas vêm dos fiéis da igreja e de algumas pessoas da comunidade que conhecem o projeto e se dispõem a colaborar. Com isso, há dificuldades para aumentar o alcance das ações, seja em número de crianças beneficiadas, seja em periodicidade – o objetivo é realizar a atividade semanalmente, e não quinzenalmente. 

Nova tentativa 

Apesar das dificuldades, Jorge se orgulha dos resultados que o grupo obtém. Isso porque, destaca, essa é a segunda tentativa de emplacar uma ação social destinada às crianças.  

– Eu sempre quis ajudar e, há mais ou menos cinco anos, cheguei a começar um projeto de futebol. Tive cerca de 50 meninos na iniciativa, mas eu acebei tendo que me dedicar mais na igreja e o projeto adormeceu – relembra. 

Jorge frisa a definição de que o projeto adormeceu, porque a iniciativa não foi deixada completamente de lado e voltou a vida dele em novembro do ano passado. Dessa vez, em uma versão coletiva, com a adesão de outras pessoas. 

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– Hoje, temos um bom número de voluntários. O que precisávamos mesmo é de uma cozinha, e meu sonho é uma quadra de futebol, porque sabemos que o futebol conquista as crianças. 

Doações 

Colaboradora do projeto e responsável por receber os apoios que chegam para a iniciativa, a enfermeira Angélica de Lima Izaguirres, 33 anos, explica que o grupo aceita diversos tipos de doações: 

– Como é uma comunidade muito carente, nós aceitamos doações financeiras, de alimentos, roupas e até materiais de higiene. O que não usamos nas ações, nós distribuímos às famílias que precisam. 

Ajuda para a construção de uma sede com estrutura adequada também são aceitas, segundo Angélica. Ela conta que, por causa das más condições, em dias de chuva as ações do grupo precisam ser canceladas. 

– Conseguimos algumas melhorias com rifas e venda de galetos, mas ainda precisamos melhorar – conta. 

Como ajudar

/// Doações financeiras podem ser feitas via Pix. A chave é o CPF de Angélica, 02217534009. 

/// Já as demais podem ser entregues todos os dias na sede da Igreja Batista Vidas Restauradas Lomba do Pinheiro, na Rua Copo de Leite, 154.

Produção: Guilherme Jacques