Seu Problema é Nosso
Time de futebol de cinco busca apoio em Pelotas
Equipe quer disputar pela Série A em campeonato que acontece no CT Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, de 26 de novembro a 1 de dezembro
O time da Associação dos Deficientes Físicos de Pelotas (Asdefipel) quer disputar o Campeonato Brasileiro de Futebol de Cinco (futebol de deficientes visuais), que acontece no Centro de Treinamento (CT) Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, de 26 de novembro a 1 de dezembro. Caso vença, garante o acesso à Série A. Mas, para isso, precisa de apoio financeiro.
Atualmente, o time não possui patrocínios, apenas um apoiador que colabora com R$ 5 mil anuais e o fardamento da equipe. Já no final do ano e sem dinheiro em caixa, os jogadores necessitam de R$ 8 mil para participar da disputa. Por isso, pedem ajuda.
– Já jogamos a Série A e estivemos entre os oito melhores do Brasil. Devido à falta de investimentos, caímos para a Série B. Queremos ir fortes para essa competição e lutar por esse título – conta Diego Ferreira Lemos, 40 anos, auxiliar administrativo e diretor de esporte da Asdefipel.
LEIA MAIS
Meninas pedem apoio para ir a competições de jiu-jítsu no Brasil e no Exterior
Em Canoas, paciente espera há seis anos por cirurgia
Mais conhecimento para a vida de Victor
Trajetória
A história do time se mistura com a de Diego. Aos 15 anos, o atleta ficou cego e, por conta disso, enfrentou a depressão. Foi no esporte que diz ter encontrado forças para se reerguer.
A partir desse episódio, sempre se manteve em movimento: já passou por diferentes modalidades esportivas, como atletismo, jiu-jítsu e judô. Em 2011, decidiu fundar o time de futebol de cegos da Asdefipel, o primeiro do tipo em Pelotas.
– Esporte é saúde, é inclusão social. A pessoa com deficiência se torna mais ativa, feliz e incluída quando pratica esportes. Nosso time existe para isso – afirma.
A equipe, que nasceu para promover a inclusão, é diversa também na sua composição: possui atletas de diferentes localidades – países como Costa Rica e Colômbia e cidades como Canguçu, Florianópolis e Pelotas. Para estar em forma, os jogadores treinam de maneira individual até conseguirem se encontrar para atuar no coletivo.
– Estar em um time de futebol soma muitos valores na minha vida, me traz experiências e aprendizados. Me sinto muito tranquilo, forte e seguro quando jogo futebol. Treino de segunda a sexta para me manter bem física e psicologicamente – conta o jogador colombiano Julian Jaramillo Tellez, 21 anos, que integra o time.
Apesar das dificuldades financeiras e dos poucos recursos, os jogadores dizem que a motivação e os sonhos para o futuro são maiores do que os obstáculos:
– Queremos ir para a Série A, conquistar essa e outras disputas. O nosso objetivo é mostrar que somos deficientes visuais e podemos fazer tudo que queremos – assinala Diego.
Como é o jogo
/// Com olhos vendados e ouvidos atentos, quatro jogadores traçam as melhores estratégias para vencer a equipe adversária.
/// Em um ambiente sem eco ou barulho, uma quadra adaptada é palco do jogo.
/// É pelo som emitido pelo guizo presente no interior da bola que os jogadores se guiam.
/// No futebol de cinco ou futebol de deficientes visuais, apenas o goleiro tem visão do jogo.
/// O restante dos jogadores possui algum nível de deficiência visual e deve jogar vendado.
Saiba como ajudar
/// Para ajudar a levar os jogadores da Asdefipel para São Paulo, é possível doar qualquer quantia pela campanha: bit.ly/futeboldecegos.
/// Mais informações pelo telefone (53) 98164-9889, com Diego.
Produção: Júlia Ozorio