Desde que apareceu no DG em junho de 2022, a auxiliar de serviços gerais aposentada Celina Figueiredo, 66 anos, segue esperando pelo asfaltamento da Rua Montevidéu, no bairro Aparecida, em Alvorada. Naquela ocasião, a prefeitura da cidade afirmou que não tinha previsão para realizar a obra e sugeriu a pavimentação comunitária. Nessa modalidade, o município custeia os materiais, e os moradores, a mão de obra.  

A sugestão, porém, não foi bem recebida pela comunidade: 

– Quando se falou sobre isso, todo mundo disse que não tinha como. Aqui, é uma região de pessoas humildes. Não temos condições de pagar. 

Cuidado com a via é insuficiente

– A Montevidéu tem, mais ou menos, 150 metros. E eu pago IPTU há mais de 20 anos. O que eles fazem com o dinheiro? – reivindica Celina. 

A aposentada usa esses argumentos para cobrar que o município se responsabilize pelo asfaltamento. Segundo ela, o trabalho realizado pela prefeitura é insuficiente e, em dias de chuva, os moradores passam por transtornos: 

– É uma lomba, então, escorre tudo para dentro dos pátios. Depois, quando seca, fica cheio de buracos. 

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Motoristas de aplicativo a descer o trecho sem pavimentação

Celina explica que, além de ser idosa, sofre com um problema em uma das pernas. O caso tem se agravado e, a cada dia, fica mais difícil para ela, que mora na parte de baixo da via, poder ir até a esquina. É lá que param os veículos de aplicativos de transporte. 

– Os motoristas não querem descer até aqui, com medo de estragarem os carros. Esses dias, precisei ir ao médico. Não conseguia subir, e tivemos que convencê-lo a descer. 

Prefeitura mantém posicionamento

Procurada pelo DG, a Secretaria de Obras e Infraestrutura de Alvorada reiterou em nota que não tem previsão para asfaltar a Rua Montevidéu. E reforçou que a pavimentação comunitária seria “a forma mais rápida de atender a demanda”. 

De acordo com o texto, “a cidade hoje está com mais de 250 quilômetros de ruas na mesma situação, aguardando recursos para pavimentação”.

Produção: Guilherme Jacques