Um grupo de 16 jovens do paradesporto gaúcho desembarcou em São Paulo nesta sexta-feira para competir no Campeonato Brasileiro Sub 20 de Natação Paralímpica, que ocorre neste final de semana. O evento tem como objetivo potencializar os jovens atletas da modalidade e, sobretudo, oportunizar uma competição exclusiva. O grupo é ligado à Associação Esporte+ e, junto de outros colegas, vem usufruindo da estrutura do Sesc-RS para treinar e desenvolver suas habilidades esportivas.

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Com expectativa alta para o campeonato, o nadador José Arthur Quines Furtado, 18 anos, espera se destacar nas provas de sua categoria.

– Estou indo para competir na categoria S12, que é para pessoas com deficiência visual, e no meu caso que enxerga vultos. Vou nadar todas as provas nesta competição – diz o jovem. 

Ele, que nada há quatro anos, já participou de outras competições e, inclusive, saiu do Brasil para alguns dos eventos. Focado e competitivo, conta que já ficou entre os três melhores do ranking da categoria nas provas. Agora, José fala de um novo objetivo: 

– Estou tentando conseguir a vaga para a Paralimpíada de 2024 em Paris. Estou indo para dar o meu melhor.  

Gabriel Alexandre Corso, 16 anos, também demonstra animação para o campeonato em São Paulo. Nadador há oito anos, ele está na categoria S7, que é para atletas com deficiência nos membros. Gabriel tem experiência em outras competições e já esteve para a França para nadar.  

– Minha expectativa é ganhar muitas medalhas, fazer meu melhor tempo da vida, espero arrebentar lá. Este ano espero ser convocado para o campeonato de jovens na Colômbia – conta. 

Decidido em se dedicar para uma carreira no esporte, o jovem relembra como a natação passou a ser parte da sua vida:

– Eu ia muito no mar e fingia fazer umas braçadas dentro da água. Conversei com a minha mãe, que me colocou numa escola de natação, no centro de Canoas. Agora estou aqui e pretendo seguir carreira na natação. 

O campeonato, em São Paulo, é organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e ocorrerá no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro.

– É um campeonato no qual os atletas têm que obter índices para estarem classificados, dentro de suas categorias. Eles vão disputar entre 160 atletas de todo Brasil e vão ter a oportunidade de competir nos seus níveis e se prepararem para competições ainda maiores – explica o presidente da Associação Esporte+, Gustavo Torres. 

Incentivo à inclusão social

O desenvolvimento dos jovens nadadores foi possível por meio do trabalho da Associação Esporte+, que é uma organização social sem fins lucrativos, de Porto Alegre. Fundada em 2015, a iniciativa fomenta o esporte como meio de inclusão social, de desenvolvimento, de aptidões físicas e emocionais de pessoas com deficiência.

Conforme Gustavo, atualmente, 150 crianças e jovens, divididos em 11 modalidades de paradesporto, são atendidos pela associação. O esporte que se destaca é a natação, com 80 integrantes. De acordo com Gustavo, o trabalho funciona a partir de patrocínios federais e de patrocínios diretos – recursos advindos de empresas que são importantes para a operação do dia a dia da instituição. 

– A associação tem o papel de formar crianças, apresentar para o paradesporto e acompanhar o desenvolvimento delas nas 11 modalidades. Essas modalidades são realizadas em diversos núcleos, em Porto Alegre, e em outros municípios. Para esta competição em São Paulo, temos o apoio de duas instituições, a prefeitura de Canoas, através do programa Atleta Cidadão do Futuro, e do Sesc-RS – explica o presidente. 

Mediante a parceria, atualmente, o Sesc Protásio Alves atende atletas na formação esportiva em natação e vôlei sentado. Destes, 20 pessoas com deficiência intelectual, visual e física de idades que variam entre cinco e 27 anos de idade, realizam aulas de natação, provisoriamente, no Sesc Canoas, enquanto a Unidade da Protásio Alves passa por reformas. Também pratica atividades, no Sesc Protásio Alves, a turma do vôlei sentado, que tem 12 participantes de 13 a 56 anos de idade. O serviço deverá ser ampliado em breve.

– Enxergamos a iniciativa como uma oportunidade de incrementar os nossos projetos sociais e esportivos. O paradesporto vem para agregar o projeto de formação esportiva e está dentro de um pilar nosso, que é a diversidade – afirma Fabricio Gianezini, diretor Sesc Protásio Alves.   

Conforme Gustavo, atletas ou responsáveis podem entrar em contato com a Associação Esporte+ para conhecer as modalidades e a forma de ingressar nos projetos. O contato é possível por meio da página do Instagram ou pelo telefone (51) 99006-0004. 

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