Desde que nasceu, Enzo Gabriel Bueno da Rosa, atualmente com cinco anos, espera por um diagnóstico completo. Para isso, porém, o pequeno morador do bairro Mathias Velho, em Canoas, precisa passar por consultas especializadas e exames. 

Hoje, o menino aguarda avaliações com o neurologista e o ortopedista pediátricos desde abril e julho de 2022, respectivamente. Há também um pedido de ressonância magnética de janeiro deste ano.  

– Ele tem a pediatra, com quem consulta no Centro de Especialidades (da cidade). Ela encaminha para os especialistas, mas não chamam. Quando chamam, eles pedem exames. Só que os exames não são marcados. Então, nada anda – desabafa Emily Vargas Bueno, 23 anos, mãe do menino. 

Investigação 

À reportagem do Diário Gaúcho, ela ainda mostrou mais duas requisições, para um geneticista e um exame de ecocardiograma, que estão sem datas. Apesar disso, ela diz que a espera já dura meses. 

De acordo com a mãe, Enzo nasceu com sopro no coração e, ao longo do tempo, foi apresentando outros problemas de saúde. Hoje, o menino tem o desenvolvimento ósseo e o peso de uma criança de dois anos. Também tem os membros inferiores menores que outros e suspeita de autismo e epilepsia. 

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Emily conta ainda ter ouvido dos médicos que parte dos problemas do filho pode ser consequência de uma toxoplasmose que foi contraída por ela durante a gravidez. Também existe a possibilidade de uma incompatibilidade sanguínea entre mãe e pai terem causado alguns dos sintomas observados atualmente. 

Tratamento 

A falta de atendimento nas especialidades e exames de que Enzo precisa impedem que ele receba o tratamento adequado e tenha uma vida com mais qualidade. Segundo a mãe, o garoto sofre com os problemas cardíacos e tem dificuldades para se locomover: 

– Ele caminha dentro do nosso pátio, mas para ir mais longe, não consegue. Carrego ele em um carrinho de bebê. Se ele fosse atendido, já poderia estar fazendo fisioterapia e ter recebido os equipamentos (de mobilidade) necessários. 

Sem informações, a família também fica insegura quanto ao prognóstico do garoto. Emily diz, por exemplo, ter sido alertada pela pediatra que o desenvolvimento desalinhado dos órgãos e dos ossos de Enzo pode agravar o quadro dele em curto prazo.

O que diz a prefeitura

De acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura de Canoas, Enzo passou por uma consulta com o ortopedista e traumatologista pediátrico na segunda-feira (24) – dia em que a reportagem procurou pelo município em busca de informações.

A administração da cidade diz também que há um encaminhamento em nome do menino para a especialidade Genética Médica Geral. Porém, a rede municipal não dispõe de profissionais da área. Com isso, “a demanda foi encaminhada para o médico responsável pelo primeiro atendimento para que o mesmo entre em contato com o TelessaúdeRS, a fim de tentar dar celeridade ao atendimento”, diz o texto, frisando que Enzo deverá ser encaminhado para a Capital.                                                                  

Por fim, a prefeitura confirma os demais requerimentos em nome do garoto e informa que ele está na fila de espera da Secretaria Municipal de Saúde.

Produção: Guilherme Jacques