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Preços do tomate e da banana influenciam na alta da cesta básica de Porto Alegre em março

Levantamento mensal do Dieese mostra que conjunto de 13 itens teve aumento de 0,65% no mês passado, com destaque para o tomate, que subiu 15,76%

11/04/2023 - 16h41min


Caroline Tidra
Caroline Tidra
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Félix Zucco / Agencia RBS
Produtos in natura, como o tomate, têm uma oscilação maior por conta de safra, clima e ciclos de produção

Dois produtos in natura, o tomate e a banana, puxaram uma pequena alta de 0,65% na cesta básica de Porto Alegre de março, na comparação com os valores de fevereiro passado. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na segunda-feira (10). O preço do tomate subiu 15,76% e o da banana teve um acréscimo de 3,61%. 

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— Os produtos in natura frequentemente têm uma oscilação maior por conta de safra, clima e ciclos de produção mais curto. Com o fim da safra de verão, o tomate teve alta nos atacados e, talvez, isso possa explicar esse aumento no mês de março. Além do mais, é o tomate é um dos itens mais sensíveis ao clima, muito calor ou excesso de chuvas podem prejudicar a produção e diminuir a oferta do item — explica a economista-chefe do Dieese/RS, Daniela Sandi. 

Além dos itens in natura, mais quatro registraram aumento: o leite, o feijão, a farinha de trigo e o pão. Por outro lado, seis itens ficaram mais baratos: a batata, o açúcar, o café, o óleo de soja, a manteiga e a carne. O arroz foi o único produto que ficou estável. Com estas variações, a cesta básica do Dieese fechou março custando R$ 746,12 — o aumento de um mês para o outro não chega a R$ 5. 

O destaque entre os produtos cujo preço mais caiu é a batata. O tubérculo teve um recuo de 20,87% em um mês. Entre as justificativas apresentadas pelo Dieese, a queda no valor da batata está atrelada ao volume ofertado que foi alto, "em virtude da colheita da safra das águas, o que diminuiu o preço no varejo".

Trimestre

O relatório do Dieese também aponta os itens que encareceram nos primeiros três meses do ano. Entre eles, se destacam o feijão, com uma alta de 14,59%, o leite, com elevação de 12,30%, e o arroz, com acréscimo de 8,72%. Mas, no panorama geral, nos primeiros três meses de 2023, a cesta registrou retração de 2,55%.

— As altas cotações do feijão podem ser explicadas pelo aumento do preço dos fertilizantes e menor oferta da leguminosa, consequência da redução da área plantada, entressafra e clima desfavorável. Já o preço do leite segue em alta por ter pouca oferta. A menor oferta do leite no campo e o aumento das importações de lácteos resultaram na alta dos preços do leite —afirma Daniela. 

A economista ainda salienta que os custos com os animais, como as vacas leiteiras, são impactados por fatores como medicamentos que são importados, do farelo, da soja e milho. Além disso, ela acrescenta que existe a dificuldade com os fretes no transporte do leite do campo para a cidade e a pressão da indústria de laticínios que compra diretamente do produtor.

A pesquisa ainda pontua quanto do salário mínimo é comprometido apenas para a aquisição destes itens básicos. Em março, a fatia ficou em 58,57% do mínimo, que atualmente é de R$ 1.302. 

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