Em ação realizada na noite de terça-feira (16) no entorno da Praça Dom Feliciano e na Rua Senhor dos Passos, no Centro Histórico, 32 escorpiões amarelos vivos foram capturados por agentes de combate a endemias com o apoio de profissionais do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). 

Dois foram visualizados, mas não houve possibilidade de captura. No trabalho, foram abertas 39 caixas de telefonia e energia elétrica. A ação foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Núcleo de Fiscalização Ambiental da Vigilância em Saúde.

O número de animais encontrados e coletados é considerado expressivo pela gerente da unidade de vigilância ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Roxana Nishimura. Esta é a quinta operação noturna na mesma região do Centro Histórico, que tem concentrado o maior número de visualizações notificadas à Diretoria de Vigilância em Saúde (DVS).

Em caso de visualização, a recomendação é fazer contato pelo serviço 156 (telefone e APP 156+POA). É importante que o requerente informe o local exato da ocorrência e meio de contato.

Diante da suspeita ou confirmação do acidente (quando uma pessoa é picada pelo escorpião), a recomendação é levar a vítima o mais rapidamente possível para o Hospital de Pronto Socorro (HPS), único local da cidade com o soro antiescorpiônico. 

O escorpião amarelo tem veneno altamente tóxico, capaz de levar a óbito a vítima — especialmente crianças, pessoas idosas ou com comorbidades — em poucas horas. A picada é dolorosa, provoca dor intensa no local afetado, e o veneno se dispersa por todo o corpo. Em 2023, cinco acidentes já foram notificados à DVS, sendo dois no Centro, dois no bairro Mário Quintana e um no Anchieta.

Características e cuidados

Os escorpiões amarelos se alimentam de baratas, por isso é importante manter a limpeza em residências, comércios e vias para diminuição da população do animal. Sua biologia tem uma peculiaridade: não existem machos entre a espécie. As fêmeas vivem em média quatro anos e se reproduzem pelo processo chamado partenogênese. 

A reprodução ocorre, em média, duas vezes por ano, dando origem a 20 filhotes por vez, chegando a 160 filhotes durante a vida. Os filhotes recém-nascidos sobem no dorso da fêmea e ali permanecem. O período entre o nascimento e a dispersão dos filhotes varia bastante. Para Tityus serrulatus (nome científico do escorpião amarelo) é de cerca de 14 dias.

Cuidados preventivos em regiões com confirmação de escorpião amarelo

• Verifique calçados, roupas, toalha e roupas de cama antes de usá-los;
• Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha;
• Mantenha camas e berços afastados da parede;
• Evite que lençóis toquem no chão;
• Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões;
• Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques;
• Mantenha os ambientes sem entulhos e sem lixo.