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Exibição de Divertida Mente

Orla reúne pessoas com deficiência em sessão de cinema inclusiva

Filme foi exibido ao ar livre em um telão instalado ao lado da Usina do Gasômetro nesta segunda-feira

29/08/2023 - 12h40min

Atualizada em: 29/08/2023 - 15h30min


André Malinoski
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Anselmo Cunha / Agencia RBS

Uma sessão de cinema inclusivo ao ar livre chamou atenção na orla do Guaíba, na tarde ensolarada desta segunda-feira (28), em Porto Alegre. Ao lado da Usina do Gasômetro, cerca de 40 pessoas, entre pessoas com deficiência e população de baixa renda, assistiram ao filme Divertida Mente, do diretor Pete Docter. Havia telão e cadeiras instaladas no espaço para quem desejasse assistir gratuitamente. 

A dona de casa Graziela Fonseca Ribeiro, 40 anos, aproveitou para levar o filho Gustavo, de cinco, ao local. O menino tem autismo.

— Acho que é uma forma de inclusão. Vamos ao cinema normalmente, mas ele (filho) não consegue ficar por muito tempo, porque as pessoas não gostam de outros conversando durante as sessões — explica a mãe, acrescentando:

— Em sessões como esta, eles (pessoas com deficiência) se sentem pertencentes.

A sessão inclusiva era para ter sido realizada no dia 22 de agosto. Em razão do tempo ruim, precisou ser adiada para esta segunda-feira. A proposta integra a Semana da Pessoa com Deficiência. 

O secretário adjunto de Desenvolvimento Social, Paulo Brum,  estava presente na sessão. O cadeirante compartilha a relevância da iniciativa.

— A gente busca a inclusão social das pessoas com deficiência. Então, é mais um evento para dar a cara, estar na rua e mostrar que queremos participar — afirma Brum.

O filme Divertida Mente integra a etapa kids do Festival de Cinema Acessível, programa que foi selecionado para participar do Criança Esperança 2023. Durante as sessões, um dos itens oferecidos para quem enxerga normalmente é uma venda de papelão para os olhos. A proposta é que a pessoa possa acompanhar o filme por meio da audiodescrição. 

— O cinema inclusivo acontece sempre dentro de lugares fechados como a UFRGS e o Santander. Tivemos a ideia de levar para a rua — menciona Wagner Conceição, um dos incentivadores do projeto.

Na avaliação de Conceição, o cinema inclusivo serve ainda para chamar atenção de quem não possui qualquer tipo de limitação.

— A importância é muito grande até mesmo para quem não tem deficiência entender. Porque o filme tem o tempo inteiro audiodescrição e Libras (Língua Brasileira de Sinais). Pessoas com ou sem deficiências tem a oportunidade de ver.

Produtor e criador do Festival de Cinema Acessível, Sid Schames explica como surgiu a ideia:

— Trabalho com acessibilidade desde 2009. A reclamação era recorrente do público com deficiência. Diziam que os filmes que assistiam eram só sobre a temática da deficiência. O pessoal queria ver o que estava passando nos cinemas, na televisão e nas novelas — recorda Schames.

Segundo Schames, além das pessoas com deficiência, as projeções atraem também o público de baixa renda. 

— Criei o Festival de Cinema Acessível com três tecnologias de acessibilidade (audiodescrição, janela de Libras e legenda descritiva) e elas são apresentadas de forma simultânea — ressalta, citando que a empresa Som da Luz é quem organiza o festival.

— Ninguém perde nada do filme. A legenda é descritiva e explica os sons — detalha.

Arielle dos Anjos, assessora da Coordenadoria de Acessibilidade e Inclusão Social da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), resume o que significa, na prática, participar de uma sessão inclusiva:

— É uma forma de nós, sem deficiência, entendermos e nos colocarmos no lugar dos outros.

A sessão de cinema interativo foi uma iniciativa da prefeitura da Capital, por meio da  Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Comdepa), com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e com o Ministério Público do Trabalho (MPT). 

Saiba mais

Lançado em 2015, Divertida Mente conta com os personagens chamados Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. A trama acontece, na maior parte do tempo, dentro da cabeça de Riley, uma menina de 11 anos. A garota está feliz diante das descobertas da vida, porém se abala ao trocar de cidade, junto aos pais, do Estado de Minnesota para a Califórnia. A partir daí, a história se desenvolve com o conflito entre os diferentes estados de espírito da protagonista.


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