Taquara
Leitora realiza sonho: ganhar uma cama
Por meio de pedido no Diário Gaúcho, Cristina recebeu a doação do móvel e de alimentos
Em julho, a catadora de sucata Cristina Oliveira, 39 anos, recorreu ao Diário Gaúcho como uma tentativa de receber doações de alimentos, produtos de higiene e, especialmente, uma cama para deixar a casa onde mora com os seis filhos em Taquara mais confortável. Para sua felicidade, a resposta ao seu apelo, feito na seção Meu Sonho É, veio dias depois, em uma ligação que ofereceu ainda mais do que ela havia pedido:
– Era uma cama, aí ela acabou conseguindo mais uma e os colchões. Também doou alguns cobertores, lençóis e travesseiros – relata.
“Ela” é Marlene, 64 anos, leitora assídua do DG que viu o desejo de Cristina no jornal. Também moradora de Taquara e catadora, ela ficou feliz em poder ajudar a família.
– Eu sou que nem ela, pobre, recicladora e cuido de duas crianças. Eu falei para ela que (a cama) não era nova de loja, mas ela disse: “Tudo o que quiser mandar, dona Marlene”. Tinha que ver a felicidade dessa senhora. Eu não conheço ela, mas estou tão realizada que consegui ajudar! – conta a doadora.
LEIA MAIS
Conheça mirante feito de pneus no noroeste do Estado
Com festa na Capital, grupo Prato Feito das Ruas completa sete anos
Em Gravataí, grupo pede apoio para competir na Espanha
Para realizar a entrega, as mulheres contaram com o apoio da prefeitura de Taquara, que fez o transporte das doações da casa de Marlene até a comunidade quilombola Paredão, onde Cristina vive.
Junto com os móveis e as roupas de cama, ainda foi enviada uma caixa com pães, doces e salgados do restaurante da filha de Marlene que fez a alegria da criançada, de Cristina e da vizinhança com quem o lanche foi compartilhado.
Os móveis vieram em boa hora. As crianças vinham sofrendo com o frio que entra pelas frestas da casa de madeira. Além disso, Cristina conta que nunca teve uma cama de verdade e dormia sobre tábuas, papelões e cobertores improvisados. Agora, tendo o conforto de um colchão, ela “já não sente as dores nas costas de antes”.
Família ainda precisa de apoio
A coleta de material reciclável veio como uma alternativa de trabalho para Cristina durante o período de distanciamento social. Antes, ela fazia faxina. Agora, tenta voltar à antiga ocupação, mas ainda não teve sucesso.
A família ainda aceita doações de comida, materiais de limpeza e de higiene. Para contratar Cristina ou fazer uma doação, é possível entrar em contato pelo telefone (51) 99554-6797.
Produção: Caroline Fraga