Canoas
Hospital Universitário afirma que salários atrasados foram pagos e estoques de insumos estão normalizados
Vistoria do Conselho Regional de Medicina (Cremers) apontou irregularidades na instituição ao longo do mês de outubro
Após uma vistoria do Conselho Regional de Medicina (Cremers) identificar falta de medicamentos e insumos básicos, o Hospital Universitário, em Canoas, confirmou nesta segunda-feira (30) que a situação foi resolvida e que estoques e farmácia estão normalizados.
A administração também afirmou que salários de médicos contratados como pessoas jurídicas foram quitados na última sexta-feira (27), e que nesta segunda será pago reajuste do piso da enfermagem, retroativo de maio a setembro.
Com novos repasses feitos pelo município, o hospital voltou a realizar as cirurgias bariátricas, que estavam paralisadas desde maio. Outras cirurgias eletivas também foram retomadas.
— Na sexta me chamaram para fazer a cirurgia. Fiquei sem trabalhar oito meses, eles davam papel para entrar com perícia, mas não era aprovada. Agora vou fazer a cirurgia, vou melhorar e poder trabalhar — comemorou Margane da Rosa, moradora de São Pedro da Serra, que trabalha com confecção de redes, e precisa operar uma das mãos por conta do esforço repetitivo.
O problema com a falta de materiais também parece ter sido superado, segundo familiares de pacientes ouvidos por GZH nesta manhã. Nelci Regina Becker está acompanhando o filho, que está internado por conta da síndrome de guillain barré, e chegou a comprar luvas para entregar às equipes.
— Eu comprei luvas, porque eu vi que as enfermeiras tinham dificuldade, não tinham pares sobrando. Outras pessoas precisaram entregar luvas, eu não precisei porque ajeitaram. Mas deixei lá separada, caso precisem — contou a mulher, que vive em Dois Irmãos.
Já o autônomo Rogério de Souza Vicente, que está acompanhando a mãe, conta que, na semana passada, a situação estava mais crítica.
— Teve falta de insumos. É inadmissível saber que está faltando material para a pessoa trabalhar — reclamou.
A administração do hospital afirma que a crise foi provocada pela queda na arrecadação total de mais de 8% neste ano e a redução de mais de 17% de repasses do Estado para a área da saúde, em comparação com 2022. O custo mensal para manter a estrutura do HU é de aproximadamente R$ 14 milhões. O hospital tem dívidas referentes a atrasos no pagamento de fornecedores, funcionários e rescisões trabalhistas. Segundo a prefeitura, a dívida atual da instituição é de R$ 30 milhões.