Trecho 1
Orla do Guaíba está há quase um mês com estruturas interditadas após enchente de setembro
Quatro dos seis deques ou passarelas estão isolados em razão do risco de acidentes; prefeitura diz que espera estabilização do rio abaixo dos 1m90cm para fazer reparos
Quase um mês após a água do Guaíba ter baixado da cota de inundação no trecho 1 da Orla, entre a Usina do Gasômetro e o Anfiteatro Pôr do Sol, quatro das seis estruturas de madeira e de ferro sobre a água, com bancos e passarela para pedestres, seguem interditadas pela prefeitura.
A interdição é necessária porque há risco de acidentes, já que a passagem da água por baixo dos deques causou desmoronamentos da terra que sustentava as estruturas.
A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura afirmou, nesta quarta-feira (25), que monitora a situação e aguarda que o Guaíba permaneça mais tempo abaixo dos 1m90cm para que equipes técnicas possam acessar e recuperar as bases estruturais que ligam os deques e a passarela ao solo.
O nível do Guaíba é acompanhado pela secretaria na régua que fica no Cais Mauá. A medição mais recente, publicada pela Defesa Civil de Porto Alegre, marcava 1m88cm às 16h de terça (24).
— Olhando da terra temos uma ideia de como será feito o reparo, mas precisamos descer embaixo das estruturas para encaminhar a melhor forma de recuperar e liberar ao público futuramente — projeta o secretário André Flores, que diz acompanhar de perto a situação e estimar para as próximas semanas o nível desejado do rio.
Na manhã desta quarta-feira (25) seis pessoas estavam no único deque de madeira 100% liberado, sem danos no entorno. Trata-se do que fica mais próximo à Usina do Gasômetro. Há outro no qual as extremidades apresentam problemas, mas o meio está liberado.
Nas demais estruturas de madeira e passarelas de ferro, tela laranja, característica para isolamento de áreas em obras, e placas avisando sobre o risco de acidentes impediam o acesso de pedestres. Guardas municipais e comerciantes que trabalham no local afirmam que aos finais de semana algumas pessoas ignoram os avisos e ingressam nas áreas isoladas.
Inundações prejudicaram também o comércio
O dono do Kiosque Monteiro, Sydney Monteiro, 59 anos, vende chope, água de coco, pastel, açaí e outras bebidas e diz que vive há 30 anos dos lucros obtidos próximo à margem do Guaíba. Monteiro afirma que a chuva de setembro diminuíram o movimento e prejudicou seus negócios:
— Os últimos dois meses foram muito fracos. Além do inverno de agosto, a chuva prejudicou o movimento em setembro. Estou tendo dificuldade pra fechar as contas do mês como nunca tive.
Ao longo dos 900 metros de caminhada entre a usina e as quadras ao lado da Rótula das Cuias é possível identificar a presença de dezenas de troncos que foram trazidos pelas águas para a parte seca da margem. Boa parte deles estava posicionada ao longo dos passeios concretados, de forma que serviriam como bancos para frequentadores.