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Na Capital, morador segue aguardando reconstrução de rampa de acessibilidade

Passagem foi retirada após uma obra realizada pela prefeitura

06/11/2023 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Lauro Alves / Agencia RBS
Espaço permanece inutilizável para Luiz.

Durou pouco a esperança do servidor estadual aposentado Luiz Fernando de Moraes, 63 anos, de que a rampa de acessibilidade, da qual ele faz uso, no bairro Teresópolis, em Porto Alegre, seria reconstruída. Em reportagem publicada pelo Diário Gaúcho em 7 de setembro, a prefeitura prometeu que a passagem, na esquina da Rua Bispo Willian Thomas com a Avenida Arnaldo Bohrer, seria refeita “nos próximos dias”.  

Além disso, de acordo com ele, uma equipe do município esteve no local, conversou com ele, vistoriou o espaço e reforçou a promessa. Quase dois meses depois, porém, nada mudou. 

– Porque, talvez, os próximos dias fossem daqui a 60, 90, 120 dias. Ou vão esperar eu sofrer um acidente – reclama Luiz, que é cadeirante. 

Risco de quedas e atropelamento

Ele relembra que a rampa, localizada na esquina do condomínio em que reside e fundamental para que ele possa se locomover, foi retirada após uma obra realizada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). A intervenção deixou a calçada irregular, com buracos e inutilizada para ele, obrigando-o a se expor ao risco de quedas e atropelamentos

– Tenho que descer pelo meio-fio e andar no meio da rua, mas é perigoso. Consigo ver o dia em que vou cair ou vou ser pego por um carro que dobre em maior velocidade. Minha esposa diz que, se isso acontecer, vamos cobrar da prefeitura. 

O alerta, porém, vem acompanhado de certa frustração. É que, destaca Luiz, os pedidos e as cobranças que fez ao município nunca surtiram efeito.  

Chuvas pioraram situação

– Eu que construí aquela rampa, com o meu dinheiro e seguindo todas as regras, quando me mudei para cá, em 2008. Cheguei a pedir para a prefeitura, mas prometeram consultar o plano diretor da cidade, e eu estou esperando até hoje – lamenta. 

Não bastasse o problema em si, do início de setembro para cá, um novo agravante tornou mais complicada a mobilidade de Luiz. Foram as fortes e também frequentes chuvas que atingiram a Região Metropolitana. Molhado, o solo inadequado para a cadeira de rodas torna ainda mais perigosa a locomoção e faz crescer a insatisfação com o tratamento que recebe do poder público: 

– Estou há 39 anos nessa cadeira e tenho a impressão de que vou ficar mais 39 sem que eles reconstruam a rampa. Uma rampa que eu fiz. Isso é o que mais me irrita. 

Reconstrução está programada

Segundo o Dmae, o pedido de reconstrução foi encaminhado à Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), responsável por realizar a obra.

A SMSUrb, por sua vez, questionada, disse que o serviço em relação à rampa está “na programação para ser executado”, mas “ainda não foi devido ao longo período de chuvas em setembro e outubro”.

O DG ainda perguntou à secretaria sobre um prazo, baseado nas demandas que estão programadas, mas a pasta disse que não poderia definir, pois o cronograma depende das condições climáticas.

*Produção: Guilherme Jacques



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