Bicharada
ONG de Sapucaia do Sul pede ajuda para reformar canil
No local vivem 400 animais, mas nem todos têm um abrigo adequado
A associação Amigos do Floppy foi fundada há 14 anos com o objetivo de resgatar cães em situação de rua que vivem em Sapucaia do Sul. Inicialmente, a ONG estava localizada no centro da cidade, mas há sete anos migrou para uma área rural. A mudança foi feita para proporcionar mais conforto e permitir o resgate de um número maior de cães.
Atualmente, cerca de 400 animais vivem no sítio. A responsável por eles é a protetora Denise Costa, que fundou a associação junto com o amigo Rudymar Caneppelle, falecido há cinco meses.
Além de Denise, três funcionários foram contratados para ajudar a cuidar dos cães. Também há um grupo de dez voluntários que participam das campanhas de arrecadação.
Dívidas
São realizadas diversas ações para arrecadar doações. Uma delas é um brechó beneficente realizado durante todos os dias na Praça General Freitas, na região central da cidade. Todo o valor de vendas é revertido para a compra de ração. A associação também faz campanhas nas redes sociais, vende rifas e pede contribuições financeiras nas sinaleiras, iniciativa chamada de “pedágio”.
Apesar de tanto trabalho para juntar dinheiro, Denise conta que ainda não é suficiente:
– Para alimentar os nossos cães, temos um gasto de, aproximadamente, R$ 800 por dia, contando com os salários dos funcionários. A gente tenta de todas as formas arrecadar esse valor, que é bem alto.
Além do gasto diário, a protetora afirma que a ONG tem uma dívida de R$ 14 mil em clínicas veterinárias e R$ 11 mil em agropecuárias, acumuladas com a compra de remédios, castrações e alimentos para os cães. Conforme Denise, a dívida surgiu durante a pandemia, que resume como um momento difícil para a associação:
– Durante esse período o número de doações diminuiu muito. Já os abandonos só aumentaram.
Custos
O gasto diário com as necessidades básicas dos cães, atrelado à dívida que se acumula, faz com que não sobre dinheiro para investir na reforma dos canis. A protetora explica que cada canil abriga até dois cães, uma alternativa para que não houvesse briga entre eles. No entanto, eles precisam ser reformados, pois apresentam desgaste na estrutura. Um outro problema é que mais de 100 animais ainda não têm canis para se abrigar.
– Esses outros cães acabam tendo que dormir em casinhas improvisadas. Não conseguimos dar um conforto maior a eles, por conta da nossa condição financeira – relata.
Também por limitação orçamentária, a associação não consegue mais resgatar animais. Agora, só atende casos de cães em situação de extrema vulnerabilidade, que sofrem maus tratos ou que estão abandonados com algum ferimento que apresente risco à vida do animal.
– Gostaríamos de poder receber mais cães, mas não temos como. O que mais nos preocupa é que o verão está chegando: é a estação com maior incidência de abandono – lamenta.
COMO AJUDAR
- A ONG aceita doações de tampinhas, materiais de limpeza, pacotes de ração, cobertas para os cães dormirem e roupas para serem vendidas no brechó beneficente.
- Para reformar os canis e construir novos, pedem materiais de construção e voluntários para realizar a obra.
- Contribuições financeiras podem ser feitas pela chave Pix CPF 94965560000.
Produção: Nikelly de Souza