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Em busca de doações

Orquestra Jovem do RS faz vaquinha para cobrir custos de viagem aos Estados Unidos

Turma com 30 pessoas participará de estudos e fará apresentações em Indianápolis, entre os dias 2 e 13 de fevereiro de 2024

12/12/2023 - 05h00min

Atualizada em: 12/12/2023 - 05h00min


Caroline Tidra
Caroline Tidra
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No ano em que celebra 15 anos de atividade, a Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul (OJRS), na Capital, está se preparando para realizar um sonho, mas, para isso, precisa de apoio. A convite da Butler University e da Partners of the Americas, uma turma com 30 pessoas fará uma imersão de estudos e apresentações em Indianápolis, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos. O intercâmbio será de 2 a 13 de fevereiro de 2024.

A internacionalização da orquestra é uma meta que estamos construindo desde 2013, quando fomos para o Uruguai pela primeira vez. Quando começamos a levar os jovens para ter essa experiência (internacional), a visão de mundo deles modificou. Eles entendem que são capazes de chegar nesses lugares e se apresentar em teatros como o Sodre, em Montevidéu – afirma Carla Zitto, presidente da OJRS.

Conforme Carla, passagens aéreas, taxas de vistos e seguros já estão pagos. No entanto, ainda faltam recursos para cobrir a hospedagem, a alimentação e o vestuário de inverno para os alunos – já que em fevereiro estará fazendo frio nos EUA. Uma vaquinha virtual está recebendo doações para pagar os custos desse sonho. A meta é atingir R$ 97,8 mil – que na conversão para dólar fica em torno de US$ 20 mil – até 10 de janeiro.

A orquestra se mantém com o patrocínio via Lei de Incentivo à Cultura, também conhecida como Lei Rouanet. 

– Fizemos um projeto para 2023 e acrescentamos essa viagem, com o convite da universidade. Através deste patrocínio, conseguimos todo o valor de vistos, passagens, algumas diárias, locações de instrumentos que não serão levados – explica Carla sobre o pagamento dos demais custos. 

O maestro Telmo Jaconi acompanhará a turma no intercâmbio. Segundo ele, os jovens da OJRS irão experimentar uma troca cultural valiosa. 

– Vamos mostrar a música brasileira, uma realidade brasileira que eles (norte-americanos) não conhecem e também um projeto social de inclusão. Nossos alunos vão poder mostrar o próprio carisma que possuem, as pessoas se emocionam quando veem a realidade que eles estão apresentando. Jovens de periferias, de baixa renda, de escolas públicas, que conseguem mostrar que são capazes e que são orgulhosos em pertencer ao lugar onde estão – diz o maestro. 

Nesses quase 15 anos, mais de mil jovens passaram pela orquestra, que tem como objetivo transformar a vida dos alunos por meio das notas e partituras

Precisamos construir um mundo diferente, e eu tenho a esperança de que ações como essa, com esses jovens, sirvam de exemplo para suas vidas – afirma Carla. 

Carreira na música

Conforme a presidente da OJRS, uma das metas da instituição é a elevação da escolaridade do grupo, com o acompanhamento da situação escolar e frequência. As aulas de música ocorrem na Fundação Pão dos Pobres, em Porto Alegre. Alguns alunos dos que passaram por lá seguiram a carreira musical e, hoje, estão dando aulas, inclusive na própria orquestra. Ela destaca que 20 alunos estão, atualmente, cursando Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 

Uma das alunas é Isadora Tatsch Gehres, 26 anos, moradora do bairro Glória, que ingressou no projeto em 2009. À época, a intenção da adolescente que já tocava violino era aprender saxofone. Como não tinha essa opção no projeto, ela escolheu o violoncelo. Agora, depois de tanto tempo integrando a OJRS, Isadora é uma das professoras. 

– Quando entrei no projeto, não sabia que eu iria cursar Música e, agora, vou me formar. Nunca pensei que viveria tantas experiências, nos lugares que a música iria me levar. Mas não é uma questão de viajar e tocar, mas é sobre quando estamos em cima do palco e vemos a reação das pessoas, a emoção que a música passa, vale mais que qualquer coisa – conta. 

Sobre a expectativa que antecede a ida aos EUA, Isadora conta que, neste momento, incentiva alunos iniciantes a buscar também a realização de sonhos, como é esse intercâmbio:

– Como professora, é mostrar para os mais novos que é possível viajar, chegar lá também. Meus alunos falam: “Sora, tu vai viajar, que legal, queria ir também” e eu respondo: “Logo mais vai ser tu”, isso é o mais importante. 

Maria Clara dos Santos Silva, 17 anos, moradora do bairro Rubem Berta, fará a primeira viagem internacional. Ela faz parte da OJRS desde 2010 e toca oboé. 

– Minha expectativa está bem grande. É uma experiência nova que a orquestra está possibilitando, acho bem interessante termos essa amplitude e visão fora do Brasil. Uma oportunidade nova de também demonstrar nossa música para pessoas que acompanhamos só nas redes sociais – conta a jovem, que vislumbra seguir carreira profissional na música. 

Como doar

/// É possível doar por meio do site catarse.me/ojrsindianapolis.

/// Valores também são aceitos via Pix. A chave é o e-mail orquestrajovemrs@gmail.com.

/// Empresas e pessoas físicas podem patrocinar via Lei de Incentivo à Cultura.


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