Bairro Partenon
Centro social que atende 165 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade está há 15 dias sem luz em Porto Alegre
Local que oferece diversas atividades na Vila Maria da Conceição também recebe 40 idosos; foram abertos 19 protocolos junto à CEEE Equatorial, que restabeleceu serviço às 13h30min desta quarta
O trabalho desenvolvido pelo Centro Social de Cultura e Artes Padre Irineu Brand, na Vila Maria da Conceição, em Porto Alegre, está paralisado desde 16 de janeiro, quando uma tempestade atingiu a Capital, deixando muitos pontos sem energia elétrica. O local atende 165 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, além de 40 idosos. Foram abertos 19 protocolos junto à CEEE Equatorial, mas, até o começo da tarde desta quarta-feira (31), o problema não havia sido resolvido. Após a publicação desta reportagem, a companhia esteve no local e o serviço foi restabelecido, por volta das 13h30min.
Mantido pelo Mensageiro da Caridade, o espaço não pôde manter as atividades socioeducativas e o serviço de convivência para a terceira idade em razão da falta de luz.
— Para nós, isso é muito triste. Todos os dias, as crianças vêm aqui no nosso portão para perguntar quando vão retornar as atividades. Nos sentimos de mãos e pés atados, não temos suporte do poder público — desabafa o assistente social da instituição Jonas Pertile, 34 anos.
As atividades são desenvolvidas no contraturno escolar sob a coordenação de oito funcionários que se revezam no dia a dia. Há oficinas de informática, arte, música, espanhol, inglês, jiu-jítsu e reforço escolar. Também são doadas cestas básicas e roupas para as famílias carentes. Trata-se de um trabalho de assistência social que acontece desde 2016 no endereço da Rua Pedro Velho, 771.
Nesta quarta, em função da falta de energia elétrica, não havia crianças ou idosos no local. Um brechó com roupas, sapatos, livros, CDs e DVDs estava montado no pátio. Ou seja, o atendimento à comunidade precisa ocorrer na rua por causa do calor dentro da casa.
— Não veio nenhum carro da CEEE aqui nesse tempo, nem recebemos qualquer suporte por parte deles — diz o assistente social.
Entre os prejuízos, foram descartados para o lixo alimentos como carne, leite e queijo que ocupavam espaço em um freezer. Também precisaram ser jogados fora pães e até panetones.
Enquanto a reportagem de GZH esteve no centro social nesta quarta-feira, Pertile ligou para a CEEE Equatorial para abrir o 19º protocolo. A ligação foi feita por volta das 10h30min e durou seis minutos.
— Nós estamos aqui ligando pela 19ª vez para vocês, porque estamos em meia fase. Estou solicitando que venha uma equipe para restabelecer, porque é um cabo que está desconectado da rede principal da CEEE que chega até a nossa caixa de eletricidade — explicou o assistente social durante a chamada.
A atendente afirmou que iria abrir um novo chamado em caráter emergencial.