Papo Reto
Manoel Soares faz alerta sobre saúde mental
Colunista escreve para o Diário Gaúcho aos sábados
Poucas pessoas sabem que o mês de janeiro é quando rola a campanha Janeiro Branco, que estimula as pessoas a cuidarem de sua saúde mental. Assim como nosso estômago, nossa pele ou qualquer outra parte vital do corpo, a mente precisa de cuidados. Achamos que controlamos nossas emoções, banalizamos os sofrimentos mentais e tentamos resolver com férias, momentos curtos de alegria, saídas na sexta à noite, sexo, bebida ou qualquer outro curativo emocional para anestesiar. Mas, quando deitamos a cabeça no travesseiro lembramos que tudo continua lá.
É como uma pessoa que tem um câncer no cérebro. Tomar dipirona pode até aliviar a dor, mas a doença continua te devorando por dentro. Fora que existe um preconceito absurdo quando falamos de psiquiatra. Logo, associam a palavras absurdas como “maluco” e “retardado”, lembrando que elas são termos capacitistas. Ou seja, palavras que expressam preconceito com quem tem alguma condição de deficiência ou enfermidade.
Ir ao psiquiatra ou ao psicólogo muda a vida de qualquer um. Posso apostar com você, mas tem que ter coragem de chegar até a 10ª sessão seguida. Não pode abandonar quando começar a tocar na ferida. Quando nossa saúde mental está no caminho de cura, nosso corpo responde rápido. Comemos menos, dormimos mais, falamos menos, nos irritamos menos, ouvimos mais, rimos mais. Nos afastamos de pessoas que nos fazem mal, escolhemos melhor livros, filmes e até quem seguir na internet.
Nossa saúde metal cura até nosso caráter em alguns casos, pois às vezes ele é fruto de traumas não curados. Resumindo, amigos, janeiro é o mês de começarmos a cuidar da nossa mente, pois no fim só temos ela para conversar quando todos dormem.