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Reaberto nesta quarta-feira, Museu da Cultura Hip Hop RS projeta ano de expansão com editais, cursos e obras na estrutura

Com entrada franca, instituição pode ser visitada na quarta a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h

07/02/2024 - 21h57min


William Mansque
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Museu da Cultura Hip Hop RS reabriu nesta quarta-feira (7) visando se expandir ainda mais em 2024.

Inaugurado em 10 de dezembro e tendo entrado em recesso no dia 23, o Museu da Cultura Hip Hop RS reabriu nesta quarta-feira (7) visando se expandir em 2024. Será um ano movimentado para a instituição localizada na Vila Ipiranga, Zona Norte de Porto Alegre.

Com patrocínio master da Petrobras, o complexo conta com quase 6 mil itens de acervo físico e digital sobre a história do hip-hop gaúcho, dispondo de salas expositivas, estufa agroecológica, biblioteca, quadra poliesportiva, loja e café. O museu é uma iniciativa coletiva da Associação da Cultura Hip Hop de Esteio.

Segundo Rafa Rafuagi, coordenador-geral e um dos fundadores, a instituição aproveitou o recesso para investir em acessibilidade. A partir de agora, todas as exposições terão audiodescrição. Ele ressalta também que foi contratada uma equipe de acessibilidade para idosos e deficientes visuais, porém ainda faltará para deficientes auditivos.

Estamos trabalhando para que o museu se torne um espaço ainda mais inclusivo e termos cada vez mais público, pois é um espaço que foi feito para todo mundo — pontua o coordenador.

O complexo também segue em obras. Nos fundos, está sendo construído um ateliê, previsto para ser finalizado em março. Será um espaço para oficinas de MC’s, DJs, grafite e breaking. Em frente será instalado um playground temático em abril.,  como adianta Rafa. Os brinquedos farão alusão aos elementos do hip-hop, como castelinho em formato de spray (grafite) e pula-pula em forma de vinil (DJ).

Outra obra prevista para ser finalizada ao longo do ano é de um estúdio, que ficará dentro do prédio principal do museu. Rafa frisa que, em 2024, será lançado um edital para selecionar 48 artistas anualmente para gravação e produção gratuita. A ideia é que o estúdio possa montar coletâneas e promovê-los também nos eventos da instituição. O rapper e produtor Nitro Di (Da Guedes) será o técnico do estúdio e dará suporte nas gravações.

Ainda, outros quatro editais devem ser lançados este ano, conforme Rafa: um relacionado ao esporte (skate, futebol, basquete 3x3 e breaking), um de eventos (shows, dança, grafite e DJ), um direcionado aos escritores de hip-hop (o objetivo é trazer um autor por mês para participar de atividades na Biblioteca Divilas) e um com foco em exposições (serão de quatro a cinco por ano).

No momento, está em cartaz uma mostra sobre os 30 anos do grupo Da Guedes na sala Hip Hop Criado na Rua. Na segunda quinzena de abril, Nação Hip Hop Colombiano ocupará o espaço.

Rafa acrescenta que serão comprados dois fliperamas para o espaço onde fica o café do museu. Também serão lançadas coleções de vestimentas da instituição e livros infantis com personagens do hip-hop gaúcho. Ele revela, ainda, que o museu receberá a Bienal do Mercosul, em setembro.

Despertando interesse

Além da celebração, da preservação e do resgate histórico da cultura hip-hop desenvolvida no Rio Grande do Sul, um dos motes da instituição é fortalecer outros estados brasileiros para criação de museus sobre movimento. A finalidade é organizar uma rede capaz de construir um Museu Brasileiro da Cultura Hip Hop nos próximos cinco anos.

Nesse sentido, Rafa relata que será lançado em 2024 um documentário sobre a criação do museu, além de um livro chamado Um Guia da Museologia do Hip-Hop — este financiado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), trazendo pontos da estrutura do projeto para que sirvam de apoio pedagógico.

Por outro lado, quando teve sua abertura divulgada nas redes sociais, algumas pessoas de outras partes do país questionavam a existência de uma instituição sobre o movimento no Estado. Para Rafa, tratava-se de um desconhecimento.

Somos penalizados pelas pessoas acharem que aqui só há brancos e racistas. Mas o Rio Grande do Sul não é só isso — reflete. — É muito pesado quando vêm esses comentários, porque parece então que somos coniventes com essa situação. E não, somos pessoas da cultura e de luta, que fazem frente a todas essas violências. Aqui é um ponto de aquilombamento, de resistência.

Nos primeiros dias com o complexo operando, Rafa percebe que o museu tem servido de inspiração para os visitantes:

— Vejo que desperta a curiosidade, e a galera se motiva. “Cara, quero fazer grafite”. “Quero fazer isso, como é a tinta”. Quando conseguimos atrair o interesse da molecada pelo hip-hop, acho que a gente já cumpre o propósito.

Museu da Cultura Hip Hop RS

  • Rua Parque dos Nativos, 545 — Vila Ipiranga. De quarta a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Entrada franca.
  • Mais informações sobre visitas podem ser conferidas em @museuhiphoprs, no Instagram.

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