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Comércio prejudicado

Quedas de energia elétrica levam lojistas do Centro Histórico a fechar as portas ou recorrer a geradores

Setor estima perdas milionárias após três dias seguidos com falta falta de luz; problema é registrado em período marcado pelo aquecimento das vendas

03/03/2024 - 11h27min


Jônatha Bittencourt
Jônatha Bittencourt
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André Ávila / Agencia RBS
Estabelecimentos têm recorrido ao uso de geradores devido às quedas de energia nos últimos dias no Centro Histórico.

Lojistas de uma parte do Centro Histórico de Porto Alegre têm convivido, desde quarta-feira (28), com quedas frequentes de energia elétrica. Sem luz, os estabelecimentos não conseguem operar os sistemas de atendimento aos clientes, manter ambientes climatizados e alimentos refrigerados.

Ainda não é possível dizer quantas lojas foram afetadas nesses três dias. Mas o setor reporta perdas elevadas em razão da redução das vendas ou a gastos extras com, por exemplo, o aluguel de geradores.

— Isso está afetando absurdamente o comércio. A gente calcula milhões em prejuízo, na totalidade das centenas de comércios que estão sendo afetados pela falta de energia — afirma o empresário Petrys Antonello.

Consultor de uma ótica, Antonello relata que a loja também ficou sem internet e telefone fixo. Na quarta-feira, teve de fechar as portas para o público às 17h, quase duas horas antes do horário previsto. Já na quinta (29), encerrou as atividades às 16h. A medida também foi adotada por outros estabelecimentos próximos.

— Teve uma tarde que não tivemos vendas porque os clientes nem compareceram. A gente não está sendo informado. Ligamos pra lá e não nos respondem. A própria companhia de energia não sabe o que está ocorrendo, de fato — reclama Antonello.

Problema afeta o Liquida Porto Alegre

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre ressalta que o problema no fornecimento atinge parte sensível da cidade, pois possui inúmeros negócios pequenos que, em sua maioria, não têm estrutura ou condições para arcar com geradores de energia.

— Esse período é difícil porque normalmente os últimos dias do mês são os melhores para as vendas. E o problema afetou esse período de maneira muito forte. Estamos exatamente nos dias finais do Liquida Porto Alegre, quando as pessoas aproveitam mais as ofertas e os varejistas buscam se desfazer dos estoques para comprar os produtos da próxima estação. Houve um grande investimento para promover o Liquida e agora uma parte da cidade está se vendo em dificuldades de atuar, de atender seus clientes — comenta o presidente da entidade, Irio Piva.

Segundo o empresário e presidente da CDL na Capital, não é descartada a possibilidade de alguns estabelecimentos prorrogarem as promoções do Liquida Porto Alegre por mais alguns dias.

No entendimento de Piva, existem duas questões que prejudicam o setor numa hora dessas: a demora para restabelecer a energia elétrica e a falta de informações por parte da CEEE Equatorial.

— Não estamos livres de acontecer um problema. O grande dificultador é a morosidade da solução, a dificuldade de conseguirmos uma resposta efetiva. Muitas vezes, o comerciante está ali esperando, não sabe se a luz volta em 30, 60 minutos ou no restante do dia. Acaba segurando a sua equipe e às vezes não volta até o final do dia, o que causa ainda mais problemas. Tem o problema da morosidade, também tem o problema da falta de informação.

O que diz a CEEE Equatorial

André Ávila / Agencia RBS
Equipe da CEEE Equatorial atuando nesta sexta-feira.

A CEEE Equatorial foi contatada pela equipe de reportagem de GZH em busca de um posicionamento sobre o ocorrido. A concessionária respondeu com a nota enviada à imprensa na última quinta-feira.

No comunicado, é destacado que "uma falha em um componente da rede subterrânea ocasionou o desligamento de energia" no Centro Histórico. Segundo a empresa, "as manobras foram realizadas até as 18h32min (de quinta-feira), quando todos os clientes da região foram religados".

A CEEE Equatorial conclui a nota informando que "seguirá realizando manutenções preventivas para evitar novas ocorrências, no centro da Capital e em toda sua área de concessão, conforme necessidade de cada região".


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