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Com emergências restritas e UPAs lotadas, pacientes enfrentam dificuldades e demora em busca de atendimento

Secretaria Municipal de Saúde aponta que vinda de pacientes da Região Metropolitana sobrecarrega a Capital

03/04/2024 - 21h09min


Lucas Abati
Lucas Abati
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Lucas Abati / Agência RBS
Unidade de Saúde Bom Jesus, ao lado do Pronto Atendimento, registrou grande movimento nesta manhã

Com seis emergências adultas de Porto Alegre superlotadas, pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento também enfrentam dificuldade e demora no atendimento. Na manhã desta quarta-feira (3), GZH circulou no Pronto Atendimento da Bom Jesus, Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul e na Unidade de Pronto Atendimento Moaycr Scliar, na zona norte de Porto Alegre.

Conforme o painel da Secretaria Municipal de Saúde, o Postão da Cruzeiro estava com 300% de lotação nesta manhã, com 27 pacientes para nove leitos disponíveis. O tempo de espera varia de acordo com a classificação de risco dos pacientes, feita após triagem. Para pacientes com menor gravidade, a espera pode ser superior a quatro horas.

—Eu cheguei aqui meio-dia (de terça) e fui atendida às quatro horas da tarde. Fiz exame cinco e meia e saí uma e meia —disse a operadora de caixa Gabriela Flores, que retornou ao Postão nesta manhã para buscar o exame. 

No Pronto Atendimento da Bom Jesus, pacientes com classificação verde também relataram esperas longas. No prédio ao lado, a Unidade de Saúde Bom Jesus registrava longas filas de pacientes que aguardavam consultas, encaminhamentos e vacinas. 

Já na UPA Moacyr Scliar, três pacientes que conversaram com GZH afirmaram ser da Região Metropolitana. Tânia Lourenço veio de Alvorada, e trouxe o marido para atendimento. A espera passava de oito horas. 

— Já fui duas vezes ali e dizem que tem que esperar. Ele tá sentado ali, com dor do lado da barriga. No Hospital de Alvorada nem chegamos a ir, não adianta, não estão atendendo — disse. 

Já o aposentado Orivaldo Silveira mora em Canoas, mas estava em Porto Alegre quando a perna começou a inchar. Por proximidade, buscou a UPA da zona norte. 

Não deram prazo, só disseram aguarda lá na frente. Então vamos esperar. Lá dentro tem bastante gente, até saí para tomar um ar — disse. 

Conforme a secretaria municipal de Saúde, a vinda de pacientes dos municípios vizinhos, principalmente Alvorada, Cachoeirinha e Viamão, aumentou a demanda em Porto Alegre.

— Eu acho que precisamos colocar o paciente de volta aos seus locais, porque Porto Alegre não aguenta mais. Nós não teremos condições para poder suportar isso, se continuar ainda por muitos dias — disse o secretário Fernando Ritter, em entrevista ao Gaúcha Atualidade na terça (2). 

Situação dos hospitais

Nos hospitais, o cenário mais crítico é registrado no Clínicas, que tem 141 pacientes para 56 leitos, com 251% de lotação e restrição de atendimentos. No Hospital Nossa Senhora da Conceição, eram 86 pacientes para 51 leitos na manhã desta quarta-feira, e eram atendidos apenas casos considerados graves. Instituto de Cardiologia, Santa Casa, São Lucas da PUC e Restinga também operam acima da capacidade. 


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