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Centro Histórico

Memorial da Livraria do Globo será reaberto com espaço para sessão de autógrafos

Acervo ficará situado no mesmo piso onde já funcionava e será comandado pela Casa Maria, que alugou o imóvel

21/04/2024 - 11h54min


André Malinoski
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O Memorial da Livraria do Globo será mantido no terceiro andar do prédio histórico da Rua dos Andradas, no Centro Histórico, em Porto Alegre. Desde que a Renner deixou o prédio, o futuro do acervo era considerado incerto.

A rede de varejo Casa Maria alugou o imóvel que estava fechado desde julho de 2023, quando houve a saída das Lojas Renner. Para a reabertura, que deverá acontecer entre 30 a 45 dias, renomados autores nacionais estão sendo convidados.

No ambiente será criado espaço para a participação de autores em eventos de lançamentos de livros e sessões de autógrafos. O local não deverá abrigar cafeteria, conforme havia sido especulado. O estabelecimento que foi cogitado declinou do convite

O proprietário da Casa Maria, Wagner Amorim, visitou todas as dependências do prédio e afirma estar "encantado" com tudo o que viu, especialmente no que diz respeito às condições da estrutura da edificação. 

O engenheiro contratado pela empresa passou dois dias analisando o prédio. A conclusão é de que tudo está pronto para receber a nova operação comercial. A livraria ficará situada no mesmo piso e será comandada pela própria Casa Maria

Nós é quem vamos fazer a gestão da livraria. E estamos com três editoras importantes com a gente — revela Amorim, que evita antecipar detalhes dos projetos em andamento. 

Na manhã de quinta-feira (18), o empresário esteve acompanhado de uma representante da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa para discutir possíveis novidades para o memorial. Amorim pensou em ampliar o acervo com alguma exposição relacionada ao aniversário de 250 anos de Porto Alegre, data comemorada há dois anos. A ideia não seguiu adiante após a conversa com a convidada. 

— Na minha opinião de bodegueiro, o acervo está oco. Pode ter mais coisas e atrativos. Na minha concepção, a pessoa vai lá uma ou duas vezes ver o memorial e depois não irá mais — acredita Amorim.

Entre os objetos do acervo histórico estão uma máquina de calcular e outra de escrever da marca Royal — fábrica inglesa desses equipamentos distribuídos de forma exclusiva pela Globo. Há matrizes litográfica e metálica para impressão de selos, quadros com matrizes metálicas, matriz tipográfica, fotografias antigas e o livro dos 50 anos da livraria. Uma escultura do escritor Erico Verissimo integra o conjunto de peças. 

Estamos encantados, mas somos comerciantes. Quero subsídios de quem está na praia da cultura — conclui, dizendo estar aberto a sugestões para o enriquecimento do espaço.

Desde que a Renner deixou o prédio, o futuro do acervo era incerto. O Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano (ICBNA) chegou a demonstrar interesse em abrigar os itens, e o Theatro São Pedro cogitou a mesma possibilidade. Mas as ideias não avançaram. 

Autor de O Tempo e o Vento, Erico Verissimo foi editor e tradutor na Livraria do Globo. O escritor publicou todas as suas obras pela Editora Globo. Mas os familiares do autor não são responsáveis pelos objetos que integram o acervo. 



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