Geralmente, quando olhamos para uma mulher da periferia, não conseguimos ver além de nossos olhos. Foi o que aconteceu comigo, fui surpreendido e queria dividir com vocês. Essa semana, coloquei em meu programa na internet, o Bombou, uma entrevista exclusiva com a funkeira Tati Quebra Barraco. 

Ela é mais conhecida por cantar músicas consideradas por muitos como obscenas e bagaceiras, mas a verdade é que, ao contrário do que se pensa, Tati  não é somente rainha dos bailes funk das periferias, mas também das madames que escondem a lasciva embaixo de uma casca de puritana. 

O que me espantou na entrevista foi que a Tatiana é diferente da Tati Quebra Barraco. Casada há mais de 10 anos, avó e super família, Tati me comentou que os fãs chegam contando histórias de como sua música já ajudou pessoas em depressão e salvou casamentos. 

Pouca gente sabe que ela perdeu um filho há nove anos. Ele tinha 18 anos e foi assassinado minutos antes dela subir no palco. A atitude dela diante desse fato foi algo estarrecedor, ela demonstrou um nível de força espiritual que raramente é vista. 

Confesso que um dia temos que estudar sobre a resiliência das mulheres das periferias, não é compreensível para o resto da sociedade. Mas elas não se orgulham dessa força, pois vem de um sofrimento que prefeririam não ter vivido.