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Efeitos da enchente

Prefeitura da Capital estima custo público de até R$ 8 bilhões para recuperar destruição da cheia

Plano de ação e plataforma com informações sobre danos causados pela inundação foram apresentados nesta sexta-feira

31/05/2024 - 21h34min


André Malinoski
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André Malinoski / Agência RBS
Prefeito Sebastião Melo apresentou o plano e a plataforma durante evento no Instituto Ling, no bairro Três Figueiras.

A prefeitura lançou na manhã desta sexta-feira (31) o plano de ação Porto Alegre Forte e a plataforma Reconstruir Porto Alegre. A apresentação ocorreu no Instituto Ling, no bairro Três Figueiras. Durante o evento, o Executivo municipal revelou um custo público estimado de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões após a destruição na enchente e afirmou que este dado não é definitivo. 

Questionado na entrevista coletiva pela reportagem do Diário Gaúcho se houve falha de manutenção nas comportas de proteção da cidade, o prefeito Sebastião Melo reconheceu a existência de problemas com o sistema e utilizou ainda a palavra "romperam" para se referir aos diques do Sarandi.

O sistema não funcionou. Não foram só os portões, tivemos também problemas nas casas de bombas que, na nossa avaliação, foram concebidas para tirar água da cidade e não para enfrentar uma enchente deste tamanho — afirmou o prefeito.

A iniciativa Reconstruir Porto Alegre foi desenvolvida pela prefeitura com técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). Foram mapeados os equipamentos públicos danificados pelas enchentes que precisam de reforma. Basicamente, o cronograma de ações engloba três etapas (confira abaixo).

O chefe do Executivo ainda enumerou problemas em outros setores da Capital. 

Acho que não houve uma falha das comportas, vou mandar fazer agora um laudo do Muro da Mauá para ver se ele segue firme. Vamos trocar os portões, mas e os diques que romperam e extravasaram? E o Guarujá, Lami, Belém Novo e Ipanema, que estão cheios d'água? Então é só a questão das comportas? Não, a enchente foi severa em toda a cidade e o sistema precisa ser revisitado.

O vice-prefeito Ricardo Gomes mencionou que o financiamento com o Banco Mundial prevê a instalação de cinco bombas na região do 4º Distrito, mas a prefeitura não tem estimativa de quando isso poderá se tornar realidade. Além disso, foram exibidos outros dados relativos aos custos da reconstrução. Apenas para as obras de drenagem e segurança hídricas estão previstos custos de R$ 500 milhões.

O plano Porto Alegre Forte foi realizado com apoio da consultoria Alvarez & Marsal. As informações da plataforma já podem ser consultadas aqui.

Ações imediatas

  • Acompanhamento diário dos indicadores e ações
  • Recuperação dos serviços emergenciais
  • Estruturação de abrigos provisórios
  • Atenção à população e animais
  • Gestão financeira emergencial

Ações RecomPOA

  • Análise de impactos macroeconômicos e fontes de recurso
  • Soluções definitivas de bombeamento e obras de drenagem
  • Ações de reconstrução da infraestrutura da cidade
  • Implementação de medidas para a retomada econômica
  • Programas de parcerias

Ações da adaptação climática

  • Plano de ação de adaptação climática
  • Desenvolvimento e implementação de práticas e planos voltados à resiliência
  • Verificação de mudanças legislativas vantajosas
  • Apresentação de medidas de inovação e sustentabilidade
  • Proposição de programas de transformação

Dados apresentados:

  • 135 abrigos cadastrados
  • 11,2 mil pessoas abrigadas
  • 13.644 toneladas de lixo recolhido
  • 6 postos de saúde retomados, sendo 26 o número total de impactados
  • 75 escolas municipais retomadas, sendo 99 o número total das municipais impactadas
  • 49,7 mil famílias cadastradas
  • 6.639 animais em abrigos
  • 5 Estações de Tratamento de Água (ETAs) operando
  • R$ 323 milhões de recursos totais, sendo R$ 152 milhões em execução

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