Abaixo do esperado
Aberto há três semanas, centro de acolhimento para vítimas da enchente em Porto Alegre tem 35% de ocupação
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social alega que há menos pessoas aptas a ir ao espaço Vida, na Zona Norte, do que a capacidade do local. Muitos dos desabrigados demandam outros tipos de acolhimento e estão incluídos na rede da Fasc
Quase três semanas após a inauguração, o Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Vida, na zona norte de Porto Alegre, está com 35% de ocupação, menos do que o previsto incialmente.
Quando foi aberto, no último dia 11, a expectativa era de que 60 pessoas fossem recebidas diariamente no local — o que preencheria todas as 848 vagas em duas semanas. No entanto, 18 dias depois, apenas 301 moradores estão instalados no espaço, dividido em módulos adaptáveis conforme o número de pessoas por família e um dos três locais destinados a acolher vítimas da enchente sem perspectiva de voltar para casa.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social alega que há menos pessoas aptas a ir ao centro Vida do que a capacidade total do local. Muitos dos desabrigados demandam outros tipos de acolhimento e estão incluídos na rede da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). É o caso de idosos e pessoas com deficiência que vivem sozinhas, por exemplo.
Uma reunião marcada para a tarde desta segunda-feira (29) entre a prefeitura de Porto Alegre e o govero do Estado deve discutir os próximos passos na ocupação do local.
Canoas
O primeiro Centro Humanitário de Acolhimento, inaugurado há quase um mês, em Canoas, já está com praticamente todos os espaços ocupados. São 126 casas cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), com capacidade para cinco pessoas cada. Restam apenas nove casas desocupadas, mas o número de pessoas vivendo no local representa apenas 60% da capacidade total — isso porque há casas com menos de cinco ocupantes. Atualmente, são 380 moradores. A expectativa é de que esse número não ultrapasse os 400.
— Tem famílias só com a mãe e a filha, por exemplo, então são só duas pessoas (em uma casa). Além disso, o volume de bens que eles levaram para o centro de acolhimento acabou ocupando muito espaço, muito mais do que estava previsto. Consequentemente, o número de pessoas que foi calculado não corresponde ao número de pessoas que estão se abrigando — afirma o secretário do Escritório de Resiliência Climática de Canoas, José Fortunati.
Atualmente, Canoas ainda tem 18 pessoas em um abrigo provisório montado no ginásio da escola CAIC, no bairro Guajuviras. A prefeitura espera zerar nos próximos dias essa população.
Havia a expectativa de que isso fosse feito na última semana, com a inauguração do segundo CHA da cidade, o Esperança, localizado próximo ao Centro Olímpico. Mas, conforme o secretário Fortunati, foram feitas adequações que atrasaram o processo. Aberto na quarta-feira (24), o novo centro já acolheu 97 vítimas da enchente. O espaço pode receber até 850, aproximadamente.