Seu Problema é Nosso
Moradores voltam a reclamar da Estrada Ducceschi, em Morungava
Diário Gaúcho relatou os problemas da via em 2015; manutenções foram feitas, mas os buracos e a lama continuam a dificultar o acesso dos carros
Os transtornos continuam na Estrada Ducceschi, Parada 92, em Gravataí, nove anos depois de o Diário Gaúcho mostrar as dificuldades dos moradores da região de transitar pela via. O solo de barro e esburacado dificulta a circulação dos carros em dias secos e, quando chove, o lamaçal atola os veículos.
A promotora de vendas aposentada Eneida da Silva Machado, 48 anos, luta pela melhoria da estrada há uma década. Foram vários protocolos abertos nesse tempo. Como resposta, a prefeitura mandou, algumas vezes, equipes passarem com a patrola ou depositarem saibro para desfazer os desníveis da rua, mas o conserto não dura muito tempo.
– Quando eu ligo, eles vão lá e passam a máquina, mas não fazem o serviço correto, botam pedras para tentar conter, mas não compacta. Abre tudo de novo quando chove – reclama.
Eneida relata que a situação piorou ao longo do tempo. Os carros não chegam na sua casa devido ao grande buraco que se abriu no meio da subida.
A dificuldade de locomoção preocupa a aposentada, que tem problemas de saúde e precisa ir ao hospital com frequência. Na última vez que precisou sair de casa, no início de junho, com um princípio de infarto, um vizinho teve que carregá-la no colo para descer a lomba. Com o início de um tratamento na Santa Casa, ela decidiu não voltar para o local para facilitar o deslocamento à instituição, e está hospedada com o irmão na Capital.
– Se acontece alguma coisa lá, não tem socorro. Minha sogra tem 75 anos e dificuldade de caminhar, eu tenho asma e não posso subir a pé. Os automóveis patinam na subida, nem ambulâncias conseguem chegar.
O carro de Eneida também já sofreu prejuízos por causa do estado da rua. Em novembro do ano passado, o veículo ficou preso nas pedras, entrou água no motor e teve o sistema da direção danificado, além de pneus rasgados. Agora, o carro está parado, à espera de conserto.
Com o alto nível de chuva de maio, a estrada parecia uma cachoeira, nas palavras de Eneida. O impacto afetou ainda mais o solo degradado, e um deslizamento no morro que margeia a via obstruiu parte dela.
A família da moradora foi a primeira a ocupar o local, que fica no bairro Morungava, área rural da cidade.
Quando foram para lá, em 2002, a estrada já tinha problemas, mas era considerada um acesso. Segundo Eneida, a iluminação pública também é ineficiente, com postes com lâmpadas queimadas.
Prefeitura promete nova reforma
O secretário de Obras Públicas de Gravataí, Guilherme Ósio, informou que a estrada passa por manutenções com frequência. Dessa vez, para conter os estragos da grande quantidade de chuva das últimas semanas, “será realizado um trabalho com material granular de maior resistência, chamado brita 4, para que se possa garantir a estabilidade da via e que ela se mantenha acessível por mais tempo”.
Produção: Caroline Fraga