Foi rápida mas esclarecedora a visita de Margareth Menezes à quadra de Bambas da Orgia, na quarta-feira (3). Eu Sou do Samba marcou presença e conta tudo o que rolou.

Era por volta das 16h quando a ministra da Cultura chegou ao local, recepcionada por aplausos e música ao vivo interpretada pela cantora Andréa Cavalheiro. Por lá, também estavam o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, representantes das ligas carnavalescas de Porto Alegre, membros de escolas de samba afetadas pela enchente — como Imperadores do Samba, Praiana, Império da Zona Norte e Império do Sol —, entre outras autoridades e convidados.

Poucas horas antes, no Mercado Público da Capital, Margareth já havia anunciado o investimento de R$ 60 milhões no setor cultural gaúcho, distribuídos em ações como bolsas destinadas a agentes e pontos culturais, e uma flexibilização da Lei Rouanet para o Estado. Durante a tarde, em sua fala na sede da azul e branco, ela aproveitou para frisar que as agremiações serão beneficiadas com a iniciativa.

— Estamos fazendo uma Lei Rouanet emergencial para o Rio Grande do Sul, e as escolas de samba cabem bem nesse modelo. Reunimos um grupo com cerca de 11 empresas (estaduais e privadas), que estão interessadas em fazer esse apoio ao Estado. Tudo que falamos aqui não são ideias e, sim, ações concretas. É importante se informar como ter acesso a essas políticas — disse a ministra, destacando, ainda, os prejuízos com instrumentos musicais e outros equipamentos:

— Também entrarão nessa ação de retomada, em um segundo momento. A gente (do Ministério da Cultura) vai se organizar para fazer acontecer (...) Sabemos que cultura gera emprego, gera renda, desenvolvimento e oportunidades.

Depois do discurso, a ministra foi presenteada pelos presidentes das escolas de samba com camisetas e outros mimos. Ela deixou o local, acompanhada de sua comitiva, por volta das 16h30min, rumo ao Museu da Cultura Hip Hop RS.

Em conversa com a coluna, Cleber Tavares, presidente da União das Escolas de Samba (Uespa), ressaltou a importância da visita:

— Tem um simbolismo muito grande, pois reconhece que a cultura é um vetor fundamental, não só para a manutenção das tradições, mas também economicamente. E o Carnaval faz parte disso. A ministra Margareth Menezes, visualizando de forma presencial todos estragos causados, pode ter uma noção do que é necessário para reerguer.

R$ 15 milhões para os desfiles de 2025

Durante discurso também na quadra de Bambas da Orgia, a presidente da União das Entidades Carnavalescas de Todos os Grupos e Abrangentes de Porto Alegre (Uecgapa), Kelly Ramos, entregou nas mãos de Margareth um documento — apoiado por diversos representantes do Carnaval de Porto Alegre — solicitando o valor de R$ 15 milhões para a realização dos desfiles de 2025.

— Porto Alegre está vivendo um momento difícil, mas nós, carnavalescos, temos a certeza do quanto é importante que aconteça o Carnaval de 2025. O Carnaval engloba, diretamente, mais de 5 mil trabalhadores, entre fornecedores, prestadores de serviço, montadores, barracões, ateliês... E essas pessoas foram atingidas (pela enchente). O recurso do Carnaval é importante para cada uma. Ter o Carnaval de 2025 é a melhor forma de ajudar essas pessoas — ressaltou Kelly.

Um ano de Samba do Quintana

Como parte da retomada gradual das atividades da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) — fechada ao público devido aos estragos causados pela enchente —, o Samba do Quintana retorna à Travessa dos Cataventos neste domingo (7), a partir das 16h. Esta edição tem um gostinho ainda mais especial: ela chega para celebrar um ano do lançamento do evento, que já se tornou tradição nos primeiro domingo de cada mês. Para animar a tarde, haverá performances da banda residente Thiago Ribeiro & Amigos e a participação da cantora Roberta Moura. A entrada é franca. 

O sucesso se confirma a cada nova edição. Em um ano de existência, o evento já mobilizou mais de 8 mil pessoas e promoveu o trabalho de 21 artistas locais, além de uma participação nacional. Para Germana Konrath, diretora da CCMQ, o Samba do Quintana se consolidou no calendário da cidade como um ponto de encontro entre diferentes públicos e gerações. 

— O Samba do Quintana corrobora com o movimento de resgate da cultura negra e do seu tradicional samba ao mesmo tempo que aponta para a produção musical das novas gerações, apresentando composições autorais. Tudo isso em grande clima de festa e descontração, ao ar livre — afirma.

Curadora do evento, a jornalista Bruna Paulin destaca:

— Encontramos um público diverso e animado, que se interessa tanto pelos clássicos do samba quanto por descobrir novas canções e compositores. A importância de um evento de rua, seguro, acessível e diverso para a população de Porto Alegre se confirma na resposta do público. 

Te programa!

/// Quando: domingo, a partir das 16h
/// Onde:  Travessa Rua dos Cataventos — térreo da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736)
/// Quanto: entrada franca
/// Em caso de chuva o evento será transferido para 21/7

Grupo Pata de Urso comemora boa fase

Formada por Filé (surdo), Lipe (pandeiro), JM (ex-backing vocal promovido a vocalista) e Lipeh (novo vocalista), a banda gaúcha Pata de Urso tem motivos de sobra para comemorar. Além do aniversário de sete anos, agora em julho, os caras acabam de realizar um sonho antigo: ter uma música tocando na rádio. É a canção Água e Óleo, que conta com a participação especial do grupo Virou Zueira e está no set list do programa Pagoderia — de segunda a sexta-feira, das 20h às 21h, na rádio 92 (92.1 FM).

— Pode parecer pouco, mas em todo esse tempo que estamos na música, sempre sonhamos em ter um trabalho tocando em rádio. É diferente de tocar nas plataformas digitais — declaram Filé e Lipe, emocionados.

Te liga da programação, escuta essa sonzeira e segue a banda no Instagram (@patadeursooficial).