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Estudantes de Maquiné concorrem a prêmio nacional com app de geolocalização do mosquito da dengue

Com aumento de casos da doença na cidade, alunos da Escola Estadual de Educação Básica Lourenço Leon Von Langendonck idealizaram o “Xô Aedes”, ferramenta que rastreia o inseto e dá dicas de prevenção

27/08/2024 - 09h48min


Isabella Sander
Isabella Sander
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Emerson Magni / Arquivo pessoal
Aplicativo ajuda a monitorar a situação da doença no município.

O ano de 2024 veio com uma nova preocupação para os moradores de Maquiné, no Litoral Norte: o número de registros de dengue sem precedentes na cidade. Para evitar que os 12 casos confirmados da doença – sendo um deles contraído no município – aumentassem, o professor Emerson Magni provocou os alunos da 3ª série do Ensino Médio: o que poderiam fazer para combater o problema?

A resposta da turma da disciplina de Empreendedorismo e Linguagens Digitais veio em forma de aplicativo, elaborado para ser administrado pela prefeitura, com a colaboração da população. Nele, há quatro opções para o usuário: 

  • Prevenção: é possível assistir a vídeo com orientações 
  • Sintomas: além de um vídeo que descreve o que pessoas com dengue podem sentir, um ícone leva para uma lista dos postos de saúde na cidade, com endereço e telefone
  • Mapeamento: abre um mapa do município, com a identificação de locais com casos ativos, casos suspeitos e locais livres do mosquito Aedes aegypti 
  • Faça sua denúncia: o usuário é redirecionado para a Vigilância em Saúde do município

— Foi um trabalho árduo para a gente conseguir direcionar bem os pontos e achar uma solução. Misturando a parte de tecnologia com a social, a gente pensou no aplicativo Xô Aedes, no qual a gente consegue rastrear, monitorar e dar dicas de como prevenir os possíveis sintomas e onde fica a unidade de saúde mais próxima. Está sendo incrível, porque é uma causa boa e não é só um projeto que só vai ficar na escola — ressalta Nícolas Werlich, 17 anos.

Percebendo o potencial da ideia, o grupo inscreveu a iniciativa no prêmio Solve for Tomorrow, organizado pela Samsung, que reconhece projetos de investigação e experimentação científica e/ou tecnológica desenvolvidos por estudantes do Ensino Médio de escolas públicas.

— Eu faço mestrado na Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), na área de tecnologia, e soube desse concurso da Samsung através de um colega. Achei muito interessante esse projeto que os adolescentes fizeram e, agora, estamos entre os 20 semifinalistas de todo o Brasil, e somos o único projeto do Rio Grande do Sul nesse concurso — conta Emerson Magni, professor de Matemática por formação, mas que também leciona as disciplinas de Empreendedorismo, Linguagens Digitais e Resolução de Problemas, do Novo Ensino Médio.

A divulgação dos 10 finalistas está prevista para o dia 16 de outubro. Em 3 de dezembro, serão conhecidos os vencedores. Ganhando ou não, Nícolas e sua turma já se sentem orgulhosos:

— Nesse curto espaço de tempo, a gente já conseguiu tantas conquistas. É uma surpresa muito boa, porque é um projeto que envolveu toda a nossa turma: foi algo que todos nós, juntos, conseguimos criar e levar adiante, com o apoio do professor Emerson, que é um baita orientador — elogia.

Além de no prêmio da Samsung, o projeto também será apresentado na IV Mostra Científica do Litoral Norte Gaúcho (Moscling), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que ocorre em outubro. O grupo ainda inscreveu a proposta na Feira de Ciências da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

O que é jornalismo de soluções, presente nessa reportagem?

É uma prática jornalística que abre espaço para o debate de saídas para problemas relevantes, com diferentes visões e aprofundamento dos temas. A ideia é, mais do que apresentar o assunto, focar na resolução das questões, visando ao desenvolvimento da sociedade.



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