Já imaginou um podcast que mistura samba e pagode do Rio Grande do Sul? Com essa ideia em mente, Ben-Hur e Danielzinho, dois apaixonados por música, decidiram criar o Nossa Verdade Podcast. O programa é transmitido toda quarta-feira, às 20h, no YouTube (youtube.com/@NOSSAVERDADEPODCAST). 

Na semana passada, os caras lançaram uma temporada totalmente dedicada ao Carnaval. O primeiro convidado foi o mestre Chiquinho Capelão. Ontem, quem passou pelo estúdio foi o intérprete da Estado Maior da Restinga, Renan Ludwig. Muita gente bacana — passistas, mestres de bateria, intérpretes... — ainda vai sentar na bancada nas próximas semanas.

Na coluna Eu Sou do Samba de desta quinta-feira (16), Ben-Hur e Danielzinho revelam como surgiu o projeto, o desafio de se tornarem apresentadores e os sonhos para futuras conversas.

Quando surgiu a ideia de criar o podcast?

Ben-Hur: A ideia surgiu de uma conversa minha e do Danielzinho, pois sabemos que há muitos músicos que já contribuíram bastante para o nosso Estado. Queríamos mostrar isso, até para quem não é daqui, para que percebam que nosso Estado é rico musicalmente, com samba, pagode e Carnaval.

Como foi a escolha dos apresentadores?

Ben-Hur: A escolha foi fácil. Como a ideia foi minha e do Danielzinho, nós mesmos abraçamos esse novo desafio de sermos apresentadores. Somos bem diferentes musicalmente: sou da harmonia, ele da percussão, então cada um traz uma visão diferente da música, com experiências e vivências distintas.

E a escolha do nome?

Ben-Hur: Foi escolhido um nome autoexplicativo, inspirado na música Nossa Verdade, do Fundo de Quintal. É um nome forte e seguro. Fico feliz quando me abordam e comentam: “Quero ir ao podcast para falar minhas verdades.” Muitos ainda terão a oportunidade de participar do podcast.

Qual a importância de falar sobre samba e Carnaval no RS?

Ben-Hur: A importância é mostrar que, no nosso Estado, também temos samba e Carnaval. Infelizmente, até hoje, há quem ache que esses estilos não existem aqui no Rio Grande do Sul ou que são algo insignificante. E não é! Pelo contrário, o samba e o Carnaval daqui são muito fortes.

Como é feita a escolha dos convidados?

Ben-Hur: Graças a Deus, temos muita gente competente em todos os âmbitos da música, o que facilita a escolha dos convidados. Geralmente, pensamos em duas ou três pessoas para cada semana, pois sempre tem alguém que não pode por conta de agenda, entre outros motivos. O fato de termos bastante material humano aqui nos ajuda muito.

Quantas pessoas (entre apresentadores e produção) estão envolvidas no podcast?

Ben-Hur: Hoje temos o Wesley Belchior, nosso sócio, diretor, videomaker e designer gráfico, que realiza todo o trabalho de pré e pós-produção. Toda a identidade visual é criação dele. Também tivemos o Uriel Pedroso, que não está mais no projeto, mas foi quem nos ajudou a dar o pontapé inicial. Sem ele, o Nossa Verdade Podcast não teria saído do papel.

Qual foi a entrevista mais marcante até agora?

Ben-Hur: Pra mim, foi a com Dodô Azevedo e Paulista Samba Tri, pessoas que já viveram muito na música e, depois de uma certa idade, mudaram de rumo, mas continuaram se entregando à música intensamente, mesmo seguindo outros caminhos.

Danielzinho: Gostei muito de conversar com o mestre Chiquinho Capelão e Diga Medeiros. Foram conversas muito interessantes, foi incrível conhecer as histórias deles e ver o que eles contribuem para o nosso cenário musical.

Qual (ou quais) personalidade(s) vocês sonham entrevistar?

Ben-Hur: Eu tenho o sonho de entrevistar o cantor e compositor Carlos Caetano. Ele tem muitas canções gravadas e eternizadas, seria muito bacana.

Danielzinho: Acredito que meu maior sonho já foi realizado, que foi entrevistar Everton Dornelles (ex-Pagode do Dorinho). Se eu pudesse entrevistar alguém de fora do RS, para mim seria muito interessante conversar com o percussionista Levi de Paula.